Getúlio Dornelles Vargas Neto, neto do ex-presidente Getúlio Vargas, foi encontrado morto na segunda-feira, em Porto Alegre. A polícia diz não ter dúvidas de que o pecuarista de 61 anos cometeu suicídio. O corpo apresentava um ferimento de arma de fogo na cabeça e foi achado por uma empregada que trabalhava no apartamento, no bairro de Moinhos de Vento. Vargas Neto morava com uma filha, que está viajando. Ele deixa quatro filhos.
A delegada Roberta Bertoldo, que trata do caso, disse que ao lado do corpo foi encontrada uma carta de despedida endereçada à família. A conclusão oficial, no entanto, será divulgada apenas ao final do inquérito instaurado pela Polícia Civil.
A morte de Vargas Neto se assemelha à do avô e à do pai. O ex-presidente Getúlio Vargas cometeu suicídio com um tiro no peito, em 24 de agosto 1954, no Rio de Janeiro, em meio a uma crise política. Ele estava sozinho em seu quarto no Palácio do Catete, então sede do governo federal, quando decidiu tirar a própria vida e deixou uma carta-testamento ao povo brasileiro que se tornou célebre pela frase final: “saio da vida para entrar na história”.
“Mais uma vez as forças e os interesses contra o povo coordenaram-se e se desencadeiam sobre mim. Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam; e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes”, escreveu na abertura da carta.
O pai de Vargas Neto, Manuel Antônio Sarmanho Vargas, se matou em 1997, no interior do Rio Grande do Sul, também com um tiro no peito. Maneco, como era conhecido, era um dos cinco filhos do ex-presidente. Ele foi encontrado ao lado de uma carta de despedida no escritório da fazenda em que morava.
(Com Estadão Conteúdo)