Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quinta-feira, 27, mostra que metade dos entrevistados sobre a eleição municipal na cidade de São Paulo prefere que o prefeito a ser escolhido em outubro não seja aliado nem do presidente Lula (PT) nem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), os dois principais líderes políticos do país, que têm feito de tudo para reproduzir, no maior colégio eleitoral brasileiro, a renhida polarização entre eles.
Segundo o levantamento, 50% responderam que gostariam que o próximo prefeito paulistano fosse independente. Outros 29% disseram preferir um aliado de Lula, enquanto 19% manifestaram simpatia por um aliado de Bolsonaro. Em todos os cenários testados, o atual prefeito e candidato à reeleição, Ricardo Nunes, filiado a um partido de centro, o MDB, aparece numericamente na liderança, mas quase sempre em situação de empate técnico com o deputado Guilherme Boulos (PSOL).
Na simulação na qual foram listados onze pré-candidatos, Nunes tem 22% e Boulos, 21%. Na sequência, aparecem José Luiz Datena (PSDB), com 17%, Pablo Marçal (PRTB), com 10%, e Tabata Amaral (PSB), com 6%. O prefeito venceria qualquer um dos adversários no segundo turno. Contra Boulos, ganharia por 46% a 34%.
Fuga da polarização
Lula e Bolsonaro consideram a eleição paulistana peça-chave nos preparativos para a sucessão presidencial de 2026. O presidente obrigou o PT a apoiar Boulos e aceitar a volta ao partido de Marta Suplicy, que votou a favor do impeachment de Dilma Rousseff, para ser a vice na chapa. Boulos aposta na associação de sua imagem com Lula e Marta para vencer o páreo. Em conversas reservadas, ele tem destacado que o petista tem menos rejeição do que Bolsonaro, o que será um ativo importante nas urnas. E que Marta vai ajudá-lo a conquistar votos na periferia.
Já Nunes quer o apoio do ex-presidente, mas evita se apresentar ao eleitor como o candidato de Bolsonaro. O prefeito foi obrigado a aceitar uma indicação do capitão para a vice em sua chapa. Mesmo assim, foge da polarização, posa de moderado e centra suas fichas no trabalho da administração municipal. É clara a intenção de parecer minimamente independente. Segundo a Genial/Quaest, 31% dos entrevistados consideram a avaliação da gestão Nunes positiva, 41% dizem que é regular e só 20% avaliam como negativa.