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CPI da Pandemia: Teich diz que deixou cargo por divergir sobre cloroquina

Ex-ministro da Saúde, que passou menos de um mês no cargo, foi o segundo a falar aos senadores na comissão

Por Da Redação
Atualizado em 5 Maio 2021, 16h46 - Publicado em 5 Maio 2021, 08h27
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  • O ex-ministro da Saúde Nelson Teich, sucessor de Luiz Henrique Mandetta na pasta, prestou depoimento na CPI da Pandemia no Senado nesta quarta. O médico oncologista inicialmente seria ouvido na terça, mas seu depoimento foi remarcado. Ele foi o segundo a depor na comissão. O ex-ministro Luiz Henrique Mandetta foi ouvido na terça.

    Na audiência, Teich afirmou que optou por deixar o cargo ao se ver “sem liberdade para conduzir o ministério conforme minhas convicções”. O ex-ministro disse que não sabia da ordem para produção de cloroquina pelo Exército. Na terça, Mandetta afirmou que a determinação não partiu do Ministério da Saúde.

    O médico declarou que, em seu curto período no cargo, percebeu que não teria a autonomia necessária para conduzir a pasta da forma que acreditava ser correta. Teich citou o “desejo de ampliação do uso da cloroquina” como motivo determinante para sua saída, mas disse que, de forma mais geral, se sentiu sem autonomia. Ao ser perguntado pelo relator Renan Calheiros sobre pedidos ou sugestões que chegavam ao ministério e contrariavam as evidências científicas, ele repetiu a “expansão da cloroquina”.

    Teich comandou o Ministério da Saúde entre os dias 17 de abril e 15 de maio de 2020. Ele deixou o cargo após divergências com o presidente Jair Bolsonaro sobre medidas a serem adotadas contra o coronavírus, como o uso da cloroquina, medicamento cientificamente ineficaz contra a Covid-19. Ele será ouvido na condição de testemunha.

    Nesta terça-feira 4, os senadores ouviram, por mais de sete horas, o também ex-ministro Mandetta. Ele confirmou os desencontros com Bolsonaro na condução de políticas de combate à pandemia e revelou que o presidente queria que a Anvisa alterasse a bula da cloroquina para que o medicamento fosse indicado no tratamento da Covid-19. Pedido este negado pelo presidente do órgão, Antonio Barra Torres.

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    Mandetta disse ainda que Bolsonaro tinha um “assessoramento paralelo” para assuntos relacionados à pandemia, o que deve fazer com que Carlos Bolsonaro, segundo filho do presidente, seja convocado para depor na CPI.

    Já o também ex-ministro Eduardo Pazuello, que comandou a pasta em grande parte da pandemia, de maio de 2020 a março de 2021, alegou ter tido contato com militares que testaram positivo para Covid-19 e, por isso, seu depoimento foi adiado desta quarta-feira para o dia 19 de maio.

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