Em seu primeiro evento em Paris nesta sexta-feira, o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), se definiu como “prefeito global” e garantiu que não pretende reduzir seu ritmo de viagens – ele já foi a onze lugares em agosto. O tucano foi questionado por jornalistas locais e correspondentes se a intensa agenda de viagens nacionais e internacionais acontece na condição de pré-candidato à Presidência da República na eleição de 2018. Doria negou, mas deixou em aberto sua intenção de concorrer.
“Viajo e continuarei a viajar. Sou um prefeito global. Quem gosta de política miúda e personalista é o PT. Prefiro fazer política mais ampla”, disse o tucano, após fazer uma palestra no Global Positive Fórum, na capital francesa. Desde o início de agosto, Doria esteve em Curitiba, Salvador, Fortaleza, Recife, Natal, Palmas, Barretos, Vitória, Vila Velha e Campina Grande.
No começo de seu discurso no evento em Paris, Doria foi interrompido por uma manifestante brasileira, que ergueu um cartaz escrito “Fora Temer” e gritou em francês palavras de ordem “contra o golpe de Estado no Brasil”. Nos arredores do local onde ocorre o fórum, um pequeno grupo de brasileiros distribuiu um panfleto em francês chamando o tucano de “higienista” e criticando a ação da prefeitura na Cracolândia, área que concentra dependentes químicos no centro de São Paulo.
Durante entrevista, duas brasileiras questionaram o prefeito como se fossem jornalistas. Doria chegou a bater boca com as duas: “A senhora precisa estar melhor informada”, respondeu o tucano.
Corrida Presidencial
Um dia após o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), defender enfaticamente a intenção de concorrer à Presidência da República, o prefeito da capital paulista, João Doria (PSDB), afirmou nesta sexta-feira, 1º de setembro, que seu padrinho político – e adversário velado na disputa interna tucana pela candidatura ao Planalto – tem todo o direito de anunciar a sua intenção, mas que o povo é quem vai decidir quem será o melhor candidato.
Quando questionado se a declaração do governador, que disse na quinta-feira 31, em uma agenda pública, que pretende ser “o candidato do povo brasileiro”, o prefeito respondeu: “Geraldo tem todo o direito de anunciar que vai disputar a Presidência da República, mas os tempos caminham. Aprendi com Geraldo Alckmin e Fernando Henrique Cardoso que a melhor decisão referente à candidatura vem do povo.”
Doria e Alckmin usam o “povo” como arma para conquistar a vaga. Enquanto o governador paulista afirma querer ser o candidato do “povo brasileiro”, com a intenção de não ter sua imagem vinculada à elite política tradicional, Doria vê nas pesquisas eleitorais a saída para viabilizar sua caminhada ao Planalto.
O prefeito, que chegou a negar a possibilidade de candidatar-se à Presidência, disse recentemente que “qualquer pessoa se sentiria honrada com essa perspectiva”, dando margem aos rumores de que pode ser um nome forte à corrida presidencial de 2018.
(Com Estadão Conteúdo)