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Moro nega interferência em ação da PF sobre invasão de celulares

Moro, que teve o celular invadido em junho de 2019, explicou que hackers buscavam informações confidenciais e havia 'natural preocupação'

Por Da Redação Atualizado em 8 jul 2020, 23h17 - Publicado em 8 jul 2020, 23h15
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  • O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro afirmou nesta quarta-feira, 8, que jamais influenciou investigações da Polícia Federal. Ele depôs à Justiça Federal, em Brasília, na ação penal da Operação Spoofing, que apura a invasão de telefones celulares de autoridades. Moro teve o celular invadido por hackers em junho do ano passado, quando ainda era ministro.

    Ao ser questionado pelo advogado de Walter Delgatti, Ariovaldo Moreira, sobre se ele não considerava que havia interferido na PF, a exemplo do presidente Jair Bolsonaro, já que recebia informações sobre o inquérito, o ex-ministro negou: “É uma absoluta confusão. Naquele caso, o meu telefone havia sido atacado e havia natural preocupação em saber quem eram esses indivíduos que estavam atacando as autoridades federais”. Moro lembrou ainda que o ministro da Economia, Paulo Guedes, e a deputada Joice Hasselman (PSL-SP) também foram alvo de ataque.

    Ao juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal, Moro disse que os hackers buscavam informações confidenciais. “Fui atacado na condição de ministro da Justiça e Segurança Pública, seja para capturar mensagens do meu período de juiz federal ou na atuação de ministro da Justiça. Na condição de ministro da Justiça, atacado por hackers que provavelmente buscavam informações confidenciais, eu fiz a representação”, afirmou.

    Moro disse ainda que usava o aparelho invadido para realizar comunicações do governo. “Mesmo na época que eu era juiz, eu usava também esse celular para me comunicar. Claro que comunicações que precisavam ser formalizadas eu fazia no papel. Mas usava esse celular para assuntos de governo e ministério”, explicou.

    De acordo com Sergio Moro, as atualizações eram “geralmente” informadas pelo então diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo.

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    A ex-deputada Manuela D’Ávila (PCdoB-RS) também prestou depoimento. Ela disse ter recebido o contato de um hacker que buscava repassar as mensagens dos procuradores da Operação Lava Jato. A ex-deputada afirmou que repassou o contato do jornalista Glenn Greenwald, do site The Intercept Brasil.

    De acordo com a ex-parlamentar, o hacker afirmou que não queria dinheiro para repassar as informações.

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