O ministro das Comunicações Fabio Faria (PSD-RN) tomou posse um dia depois que o ex-faz-tudo da família Bolsonaro, Fabrício Queiroz, foi preso na investigação que apura o esquema das rachadinhas. A temperatura do governo atingiu o auge com a ordem de prisão do ex-assessor do hoje senador Flávio Bolsonaro, mas ainda assim o presidente, já convicto da necessidade de uma espécie de repactuação com os demais poderes, não voltou à carga contra as instituições. Ele foi convencido pelo próprio Faria, antes mesmo da posse do ministro, que um armistício, mais do que necessário, era uma estratégia de sobrevivência.
A nomeação de Fabio Faria para as Comunicações foi um aceno de Bolsonaro para reconstruir pontes com setores refratários ao presidente, como juízes de tribunais, parte do empresariado e parlamentares opositores. Genro do empresário Silvio Santos e hábil negociador, Faria se aproximou, por meio do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de figurões do STF e do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Mais recentemente, coube ao ministro também contabilizar há quantos dias Bolsonaro não provoca uma autocombustão no governo.
Foi Fábio Faria quem convenceu o presidente a abandonar entrevistas e declarações quase que diárias no ‘cercadinho’ montado em frente ao Palácio da Alvorada. O espaço virou o epicentro de crises e confusões. Nesta semana, durante um jantar organizado para tentar reaproximar o ministro da Economia Paulo Guedes e o presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (DEM-RJ), Fabio Faria disse que “há 121 dias” Bolsonaro não era o protagonista de uma crise vinda do tal ‘cercadinho’.