Henrique Meirelles renunciará ao cargo de ministro da Fazenda em abril para tentar viabilizar sua candidatura à Presidência da República. Meirelles tomou a decisão na sexta-feira (23), em uma conversa com o presidente Michel Temer. “Já era a intenção dele. Acertamos nesses últimos dias”, confirmou Temer.
Meirelles indicou dois nomes do ministério para sucedê-lo na pasta: Mansueto Almeida, secretário de Acompanhamento Fiscal, Energia e Loteria, e Eduardo Guardia, secretário-executivo da Pasta.
A cúpula do MDB quer que Meirelles se filie ao partido e permaneça como uma espécie de “plano B” para o caso de Temer não conseguir viabilizar sua candidatura e desistir de entrar no páreo. Se o presidente não recuar, porém, o MDB avalia que Meirelles pode ser vice na chapa.
O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, afirmou nesta segunda-feira (26) que houve conversa com a bancada do MDB e que a ida do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para o partido foi “muito bem-vinda”, tanto para ser candidato à Presidência quanto para compor uma chapa. Uma fonte do Palácio do Planalto afirmou que Meirelles já acertou com Temer sua ida para o MDB e que estavam definindo a melhor data para o ministro deixar a Fazenda.
Meirelles quer concorrer à Presidência, mas enfrenta dificuldades para pôr de pé seu projeto eleitoral. Filiado ao PSD, Meirelles não tem apoio de sua própria legenda – que negocia com o PSDB do governador e presidenciável Geraldo Alckmin – e não obteve garantia de candidatura em partidos menores, como PRB, PSC e PHS. Até agora, ele tem dito que não será vice de ninguém. “O próprio presidente reclamava de ser vice”, afirmou o titular da Fazenda, em conversa reservada.
(Com Estadão Conteúdo e Reuters)