Lideranças do MDB tentam driblar a pressão sobre a legenda após a indicação do vice na chapa do prefeito Ricardo Nunes. Desde que o nome do coronel Ricardo Mello Araújo (PL) foi anunciado, caciques do União Brasil reagem e buscam contrapartidas da legenda do prefeito para apoiar a reeleição em São Paulo.
A maior pressão, dizem os emedebistas, parte do presidente do União, Antônio Rueda, que resistia ao nome do militar. Agora, com o martelo batido, a legenda cobra por mais espaço na prefeitura e também coloca como uma das condições para o apoio neste ano o aval do MDB à sua candidatura a presidente em 2026 – o governador de Goiás Ronaldo Caiado (União) é o principal cotado para entrar na disputa.
Caso contrário, a legenda pode acabar se aliando ao adversário Pablo Marçal (PRTB), que, assim como o coronel Mello, tem adesão principalmente entre o eleitorado bolsonarista.
Importantes caciques do MDB até consideram a candidatura de Caiado forte, mas avaliam que é cedo demais para fechar qualquer acordo – inclusive porque a legenda, hoje, integra a base do governo Lula. “O União gosta de terremoto, não de terra firme”, brincou um emedebista diante da pressão dos aliados. O partido tenta, por outro lado, encontrar uma solução intermediária para evitar a debandada do grupo.
Coronel Mello: a solução possível
A chapa formada por Ricardo Nunes e o coronel Mello foi anunciada após haver resistência dentro do próprio MDB, que não via com bons olhos a indicação feita pelo ex-presidente Jair Bolsonaro como uma imposição para apoiar a reeleição do prefeito.
O MDB chegou a indicar preferência pelo nome de alguma mulher para fechar a chapa, mas a opção em jogo era a da vereadora Sonaira Fernandes (PL), considera muito radical e com potencial ainda maior de causar barulho.
Agora, com a definição do ex-chefe da Rota, emedebistas se mostram resignados e saem em defesa de Mello, afirmando que ele tem demonstrado ser uma figura equilibrada, preparada e que não vai criar problemas ao prefeito.