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Marta Suplicy descarta ser vice de Meirelles e diz que deixará o MDB

Ex-prefeita de São Paulo também decidiu não tentar a reeleição para o Senado

Por André Siqueira, Guilherme Venaglia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 3 ago 2018, 18h23 - Publicado em 3 ago 2018, 17h18
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  • A senadora Marta Suplicy informou nesta sexta-feira, 3, à direção nacional do MDB que não será vice na chapa do ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, candidato do partido ao Planalto, nem se candidatará à reeleição ao Senado. Ela disse, ainda, que deixará o partido.

    O MDB havia dado um prazo para a senadora informar a sua decisão até este sábado, 4.

    Na ”Carta aos Paulistas”, Marta justifica que tomou esta decisão para seguir ”encarando a realidade de frente, para poder seguir com coerência, ousadia e coragem”. ”Neste momento, creio que poderei contribuir mais para mudanças atuando na sociedade civil do que continuando no parlamento”, acrescenta. Promete, ainda, que permanecerá participando politicamente da vida pública brasileira, mas, a partir de 2019, ”não mais como parlamentar, mas em todas as trincheiras que me levem ao lado da defesa dos interesses dos mais pobres, dos injustiçados e na luta pelo empoderamento das meninas e das mulheres”.

    Em outro trecho, critica os partidos políticos, que, segundo ela, ”encontram-se fragilizados, acuados e sem norte político” e ”não mais conseguem dar respostas à crise de credibilidade que se abateu sobre eles e nem tampouco estão empenhados na mudança de posturas que os levaram à mais grave crise de suas histórias”.

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    Marta também agradece aos 8,3 milhões de paulistas que, segundo a senadora, a deram a oportunidade de ”nos últimos 8 anos, trabalhar como senadora defendendo as bandeiras que me levaram à vida pública: o combate às desigualdades e às injustiças sociais, a militância pelos direitos de cidadania das mulheres e da população LGBTI e pela igualdade de oportunidades para todos”.

    Marta Suplicy se filiou ao MDB em 2015, após longa trajetória no PT, partido pelo qual foi deputada federal e prefeita de São Paulo. No ano seguinte, Marta votou a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e foi candidata ao Executivo municipal, terminando em um frustrante quarto lugar, através de João Doria (PSDB), Fernando Haddad (PT) e Celso Russomanno (PRB).

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    Recusa ao Senado

    A possibilidade de Marta não concorrer à reeleição vinha sendo aventada nos últimos dias. Sua presença na convenção do MDB, que ocorreu no último sábado, inclusive, não era esperada. Ao partido, ela alegou ”foro pessoal” para justificar sua indecisão.

    Na última eleição, Marta Suplicy, então filiada ao PT, foi eleita senadora com 22,61% dos votos (8.314.027 votos). Nas pesquisas para as eleições de outubro próximo, ela liderava ao lado de seu ex-marido, Eduardo Suplicy. Segundo levantamento do Paraná Pesquisas, ela tinha 20,9% das intenções de voto. 

    Veja a íntegra da carta de Marta Suplicy

    CARTA AOS PAULISTAS

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    Muitas vezes, vi-me em tempos de travessia. Em alguns deles, acreditei ter luzes no outro lado do rio. Agora, com toda a energia necessária para continuar remando, tomei a decisão sobre o futuro da minha vida política, encarando a realidade de frente, para poder seguir com coerência, ousadia e coragem.

    Anuncio que não concorrerei à reeleição a senadora da República pelo Estado de São Paulo e comunico a minha desfiliação do Movimento Democrático Brasileiro (MDB).

    Não é novidade que os partidos políticos brasileiros, de forma geral, encontram-se fragilizados, acuados e sem norte político. Não mais conseguem dar respostas à crise de credibilidade que se abateu sobre eles e nem tampouco estão empenhados na mudança de posturas que os levaram à mais grave crise de suas histórias. Orientam suas movimentações políticas pela lógica exclusiva de fazerem crescer suas bancadas parlamentares com o objetivo perverso e mesquinho de fortalecerem-se na divisão e loteamento de cargos e espaços de poder.

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    A relação de grande parte dos partidos e de parlamentares com o Executivo na base de nomeações e vantagens levou ao insuportável “toma lá dá cá”, afrontando todos os padrões de dignidade e honradez da sociedade. Esse sistema faliu e precisa ser, urgentemente, reformado.

    O Congresso Nacional, hoje, na sua maioria, não tem se colocado a favor das causas progressistas, fundamentais para o avanço da sociedade. Ao contrário, tornou-se refém de uma agenda atrasada dos costumes da sociedade, negando-se a reconhecer e a regulamentar as relações entre as pessoas de forma a contemplar as diversidades das sociedades modernas e a respeitar os direitos individuais do ser humano.

    Quero agradecer aos 8,3 milhões de paulistas que me deram a oportunidade de, nos últimos 8 anos, trabalhar como senadora defendendo as bandeiras que me levaram à vida pública: o combate às desigualdades e às injustiças sociais, a militância pelos direitos de cidadania das mulheres e da população LGBTI e pela igualdade de oportunidades para todos.

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    Neste momento, creio que poderei contribuir mais para mudanças atuando na sociedade civil do que continuando no parlamento. Permanecerei participando politicamente da vida pública brasileira. A partir de 2019, não mais como parlamentar, mas em todas as trincheiras que me levem ao lado da defesa dos interesses dos mais pobres, dos injustiçados e na luta pelo empoderamento das meninas e das mulheres.

    Estou convencida de que o Brasil precisa de um projeto nacional de desenvolvimento estruturado que abranja setores fundamentais para o crescimento do país. Temos de aumentar, significativamente, a produção e a riqueza. Isso possibilitará todo brasileiro e toda brasileira terem educação de qualidade, saúde, segurança e um emprego para trabalhar e viver com dignidade.

    São Paulo, 03 de agosto de 2018.
    Senadora Marta Suplicy

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