Uma manifestação contra a visita do presidente Jair Bolsonaro (PSL) aos Estados Unidos e o líder americano Donald Trump acontece neste domingo, 17, em Washington, D.C. O brasileiro deverá chegar à capital dos EUA na tarde de hoje.
Segundo a organização e um policial no local, por volta das 13h do horário local, 50 pessoas se reuniam na Lafayette Square, ao lado da Casa Branca, residência oficial do presidente americano. Uma parte do grupo chegou a se concentrar nas proximidades da Blair House, onde o brasileiro ficará hospedado.
O evento é promovido pela organização DC United Against Hate, formada após a eleição de Trump em 2016 e que afirma lutar contra a extrema-direita, racismo e agressões contra minorias.
Manifestantes carregam cartazes com fotos de Bolsonaro e Trump, e frases como “Ele não”, slogan da campanha contra o presidente do Brasil durante as eleições de 2017.
Além de palavras de ordem contra o brasileiro, eles gritam “Marielle presente” e “Lula livre”. A construção de um muro na fronteira com o México, defendida por Trump, também é alvo dos protestos.
“A linguagem que Bolsonaro usa é muito similar à de Trump”, diz o americano Michael Shallal, da organização DC United Against Hate, citando os líderes brasileiro e americano como exemplos do crescimento da extrema-direita no mundo.
“Ele coloca muitas pessoas em risco”, afirmou, relacionado o presidente brasileiro com os suspeitos presos pelo assassinato da vereadora Marielle Franco.
A advogada americana Jessica Bronson trouxe o filho para a manifestação. “É muito irritante e triste que ele esteja nos EUA visitando seu amigo Donald Trump”, diz.
“Eu estou muito incomodada com como ele tem tratado os cidadãos vulneráveis no país e enojada com quão o contra mulheres, negros e LGBT ele é”, completa.
A brasileira Mariana Prado também relaciona algumas das políticas de Trump com as do atual governo brasileiro.
“Um dos motivos que mais me preocupa é que o discurso de ódio do Bolsonaro legitima o preconceito e a violência. Assim como vi com a eleição do Trump”, diz a mestranda de 24 anos, que mora há 8 anos nos Estados Unidos.
Mariana conta que passou a sofrer ataques por ser imigrante e latina após o início do governo do líder republicano.
“Isso nunca tinha acontecido antes”, diz. Líderes da manifestação que se pronunciaram no evento também criticaram o governo de Bolsonaro pela inação diante da situação na Venezuela.