O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou, na tarde desta terça-feira, 14, que não pensa em deixar o cargo, apesar dos relatos de insatisfação feitos por integrantes do governo com o seu comportamento, principalmente a maneira como ele contrapõe o presidente Jair Bolsonaro na questão do isolamento social como ferramenta para combater o avanço do coronavírus.
Mandetta balança no cargo há algumas semanas, mas a situação se tornou ainda mais delicada após a entrevista concedida por ele ao Fantástico, da TV Globo no domingo 12. Na ocasião,o titular da Saúde cobrou um discurso unificado do governo, para que a população não tenha dúvidas sobre seguir as orientações do ministro ou do presidente da República.
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Clique e AssineQuestionado se via nas declarações de integrante do governo e de aliados do presidente Bolsonaro um processo de fritura para incentivá-lo a pedir demissão, Mandetta afirmou que o governo busca um alinhamento na forma de se comunicar. “Não vejo nesse sentido, não [de forçar um pedido de demissão]. É mais uma questão de como vamos nos comunicar”, afirmou na coletiva de imprensa.
O ministro da Saúde também fez um balanço dos desafios que a pasta e o país enfrentarão nos próximos meses. Para Mandetta, a pandemia de coronavírus estará “nos livros de história como algo dramático”.
“Sabemos que precisaremos passar pelo estresse que sempre falamos, é natural que isso aconteça. Fizemos a operação da indústria nacional de respiradores, os equipamentos vêm chegando, os recursos humanos estão se capacitando, a expansão do SUS, o SUS é um sistema muito forte. Acho, sim, que, é natural que tenhamos sempre uma visão muito atenta de suas pastas. A pasta da Saúde tem uma visão atenta do que vem passando. Estamos passando por uma situação de estresse coletivo. A doença está fazendo o mundo inteiro sofrer, não é o Brasil, o Ministério da Saúde. É uma coisa enorme, estará escrito nos livros de história como algo dramático. Sabemos bem o tamanho de nossa responsabilidade, a equipe está trabalhando com garra e intensidade”, acrescentou.
Em outro trecho da coletiva, Mandetta voltou a afirmar que “nosso inimigo em comum é o coronavírus”.