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Mais Médicos era ‘convênio entre Cuba e PT’, diz futuro ministro da Saúde

Henrique Mandetta, indicado nesta terça-feira pelo presidente eleito Jair Bolsonaro. afirmou que o programa criado no governo Dilma foi uma ‘improvisação’

Por Giovanna Romano Atualizado em 21 nov 2018, 14h26 - Publicado em 20 nov 2018, 19h18
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  • O deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), futuro ministro da Saúde do governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), afirmou nesta terça-feira, 20, que o programa Mais Médicos era um convênio entre Cuba e o PT, e não entre os dois países, além de dizer que “as improvisações em saúde costumam terminar mal”, referindo-se ao projeto implantado durante o mandato de Dilma Rousseff (PT).

    “Esse era um dos riscos de se fazer um convênio e terceirizar uma mão-de-obra tão essencial. Me pareceu muito mais um convênio entre Cuba e o PT, e não entre Cuba e o Brasil, porque não houve uma tratativa bilateral, mas sim uma ruptura unilateral. (A ruptura) era um risco para o qual a gente já alertava no início. Precisamos de políticas que sejam sustentáveis. As improvisações em saúde costumam terminar mal, e essa não foi diferente das outras”, disse ao deixar o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, sede da equipe de transição, após ser anunciado futuro ministro da pasta. 

    Para Mandetta, a primeira medida da equipe de transição na área de saúde será se reunir com o atual governo para entender os impactos da saída dos médicos cubanos do programa e conhecer as possíveis soluções. O futuro ministro defendeu ainda que seja feita alguma avaliação dos profissionais de Cuba se os atuais médicos do programa ficarem no país.  

    “O que queremos dizer com Revalida (exame para validar diplomas médicos expedidos no exterior) é saber quem é, o que estudou, o que falta de lacuna para poder atender o povo brasileiro, o grau de competência, o vínculo com a comunidade”, afirmou o futuro ministro, concluindo que o Revalida é uma segurança a mais para os pacientes.

    Mandetta admitiu, também, que pode flexibilizar a exigência de revalidação dos diplomas de médicos. “Há possibilidade de fazer avaliação em serviço, de fazer uma série de medidas onde você pode, ao mesmo tempo, dar garantias da qualidade daquele profissional. O objetivo é esse. Quais ferramentas serão utilizadas vai ser uma discussão com o setor”, destacou.

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    Gestantes

    Mandetta afirmou ter acompanhado as críticas feitas durante a campanha eleitoral, quando Bolsonaro disse que o tratamento bucal das grávidas era uma importante medida para combater a mortalidade infantil. Segundo o futuro ministro, há publicações científicas que indicam que a redução de processos inflamatórios nas gestantes ajuda a diminuir riscos de nascimentos prematuros.

    “Tem várias publicações científicas (apontando) que, diminuindo os processos inflamatórios, crônicos na mãe, você diminui o risco de prematuridade. Um dos protocolos é exatamente fazer o diagnóstico na gestação. Você já passa pela prevenção da saúde bucal, da gengivite, da cárie, do canal”, afirmou

    O futuro ministro da saúde afirmou que o exame e a prevenção bucal são atividades mais baratas comparadas a um parto prematuro e que, com tais prevenções, a chance de reduzir os riscos de nascimento antes da data prevista é de 12% a 15%.

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    Réu

    Secretário de Saúde de Campo Grande (MS) entre 2005 e 2010, na gestão do governador André Pucinelli (MDB), Mandetta é investigado sob suspeita de fraude de licitação, tráfico de influência e caixa dois na implementação de um sistema de prontuário eletrônico na cidade.

    Mandetta destacou que não é réu em nenhum processo e que, se vier a ser, apresentará suas explicações a Bolsonaro. “Hoje a gente vive esse drama de dizer que uma pessoa é investigada. Não sou réu. Não tenho ainda condição nem de saber quais são as eventuais culpabilidades impostas a mim. Quando for, e se for o caso, apresento ao presidente”, disse ao ser questionado sobre as investigações que envolvem seu nome.

    De acordo com Mandetta, a oposição “resolveu” fazer as denúncias, o que o fez se sentir “desconfortável”. “Mas uma pessoa pública tem de se submeter a essas situações” disse.

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    Prioridades da pasta

    Pouco após ter sido anunciado como futuro ministro da Saúde, Mandetta afirmou que não há prioridades na sua área. “A gente tem na saúde um debate muito extenso. A prioridade maior é aquela que te aflige naquele momento. Em saúde, não tem como dizer que A é prioridade em relação a B. É um conjunto de atividades que temos de fazer.”

    (Com Estadão Conteúdo)

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