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Mais delatores da Odebrecht envolvem chapa Dilma-Temer, diz PGR

Rodrigo Janot informou ao TSE que três delatores da Odebrecht prestaram informações que podem ser úteis no processo de cassação da chapa Dilma-Temer

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 22 fev 2017, 16h55 - Publicado em 22 fev 2017, 15h58
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  • Na iminência de os acordos de delação premiada de executivos da Odebrecht se tornarem públicos, três ex-executivos do conglomerado foram apontados pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, como peças que podem deixar ainda mais clara a atuação da chapa formada por Dilma Rousseff e Michel Temer em irregularidades nas eleições de 2014. Em ofício encaminhado ao ministro Herman Benjamin, relator do processo que pode levar à cassação de Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Janot aponta que as delações do ex-diretor de Relações Institucionais Alexandrino Alencar, amigo do ex-presidente Lula, do ex-presidente da Odebrecht Benedicto Barbosa da Silva Junior, responsável pela ponte entre a empreiteira e políticos, e de Fernando Reis, ex-presidente da Odebrecht Ambiental, tratam de episódios investigados pela Justiça Eleitoral no processo em que Dilma e Temer respondem por abuso de poder político e econômico.

    Por ora, o ministro Herman determinou que sejam ouvidos o herdeiro do grupo Odebrecht, Marcelo Odebrecht, o ex-diretor de Relações Institucionais Claudio Melo Filho e o próprio Alexandrino. Os três vão prestar depoimento, na condição de testemunhas, no dia 1º de março, Quarta-feira de Cinzas, em Curitiba. Pelo fato de as delações deles ainda permanecerem em sigilo, as oitivas serão colhidas a portas fechadas e permanecerão sob o selo de confidenciais. Herman Benjamin não arrolou como testemunhas nem Benedicto nem Fernando.

    Benedicto Barbosa da Silva Junior, conhecido como BJ, e Fernando Reis faziam parte do Setor de Operações Estruturadas, nome pomposo para o departamento de propinas da Odebrecht. Segundo os investigadores, há indícios de que BJ era o elo entre a empresa e o mundo político, o homem a ser “acionado” quando houvesse necessidade de intermediação de autoridades públicas. “É possível verificar que Benedicto é pessoa acionada por Marcelo para tratar de assuntos referentes ao meio político, inclusive a obtenção de apoio financeiro”, diz inquérito da Polícia Federal assinado pelo delegado Filipe Hille Pace.

    “No curso das investigações relacionadas ao Grupo Odebrecht, foi possível identificar outros executivos que se encontravam proximamente vinculados ao presidente Marcelo Bahia Odebrecht, e sob os quais pairam indícios de que tenham ativamente participado da organização criminosa formada no âmbito daquele conglomerado empresarial para a prática de ilícitos penais. Um deles é Benedicto Barbosa da Silva Junior”, afirmou o Ministério Público ao pedir a prisão do executivo. Ele foi detido no ano passado e depois liberado após expirar o prazo de sua prisão temporária. Fernando Reis foi alvo de mandado de condução na fase batizada de Xepa, na Lava-Jato, em março do ano passado.

    As investigações da 26ª fase da Lava Jato, batizada de Operação Xepa, escancaram o organizado sistema de pagamento de propina instalado na Odebrecht. “Era uma estrutura profissional de pagamento de propina dentro da Odebrecht e que não se limita a casos esporádicos. Eram pagamentos sistemáticos”, resumiu, na deflagração da fase ostensiva da operação, a procuradora Laura Gonçalves Tessler. Além de propinas em empreendimentos ligados à Petrobras, há indícios de pagamento de propina pela Odebrecht também nas áreas de óleo e gás, ambiental, infraestrutura e em estádios de futebol, por exemplo.

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