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Lula recorre à cautela e tenta serenar os ânimos na Esplanada dos Ministérios e no Congresso

Ciente da fragilidade de sua base política, presidente diz que não fará reforma ministerial e sinaliza que não interferirá na delicada eleição da Câmara

Por Daniel Pereira 10 ago 2024, 20h01

A fragilidade política do governo Lula é conhecida — e reconhecida até pelo presidente da República, que deu espaços generosos no ministério a partidos do chamado Centrão e prefere a negociação à disputa na relação com o Congresso. O pragmatismo do petista é um das marcas de seu terceiro mandato, mas, por mais que seja reiterado em declarações e atos públicos, não tem sido capaz de dissipar dúvidas na sua própria base de apoio.

Na reunião ministerial da última quinta-feira, 8, Lula resolveu, então, tentar serenar os ânimos na Praça dos Três Poderes. Ele declarou que não pretende realizar uma reforma ministerial ou fazer mudanças pontuais na equipe porque acredita na máxima segundo a qual “em time que está ganhando não se mexe”. O presidente é um otimista inveterado e, pelo jeito, não dá importância ao fato de um terço do país considerar sua gestão ruim ou péssima, segundo a última pesquisa Datafolha.

A declaração de Lula é uma reação à pressão constante por uma reforma. Petistas querem substituir o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, pela presidente da sigla, Gleisi Hoffmann. Líderes do Centrão cobiçam pastas mais poderosas, com destaque para a Saúde. Há muito tempo corre a versão de que o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, está por um fio. E por aí vai.

Na reunião, o presidente impôs um freio na especulação, mas nada impede que ele mude de opinião rapidamente, como fez inúmeras vezes ao sacrificar antigos companheiros. Tudo depende da conveniência e do cálculo político da ocasião.

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Sucessão no Congresso

Lula também pregou cautela sobre as eleições no Congresso, marcadas para fevereiro do próximo ano. Em tese, o governo não interferirá no assunto, que é da alçada exclusiva do Poder Legislativo. Na prática, o comandante da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), quer fazer o sucessor num acordo com o presidente da República. Detalhes da disputa estão numa reportagem da nova edição da VEJA.

Na reunião, Lula agiu para segurar as rédeas do processo, já que vários atores ligados a ele estão se movimentando no caso da sucessão na Câmara. A bancada do PT, por exemplo, tem resistido ao nome do líder do União Brasil, Elmar Nascimento, o preferido de Lira. Ministros também estão conversando e articulando com pré-candidatos, o que tem estimulado reclamações e desconfianças nos bastidores.

Esse tipo de marola é tudo o que Lula quer evitar. Minoritário no Congresso, ele depende de um ambiente mínimo de harmonia com Lira e a cúpula da Câmara — a atual e a a futura — para manter a governabilidade e a chance de aprovar pontos prioritários de sua agenda. Com a esquerda enfraquecida, restam ao petista a negociação e a cautela.

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