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Lula defende empréstimos a países que deram calote de R$ 5,2 bi no Brasil

O presidente Jair Bolsonaro e o governador de Minas, Romeu Zema, questionaram falta de dinheiro para o metrô de BH, enquanto BNDES financia outros países

Por Hugo Marques Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 17 out 2022, 13h02 - Publicado em 17 out 2022, 12h52
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  • O ex-presidente Lula tem defendido financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para outros países, feitos em larga escala durante seu governo e no de Dilma Rousseff. A mais recente defesa desse tipo de empréstimo foi feita no mês passado, no programa do apresentador Ratinho, que questionou o fato de países como a Venezuela não pagarem o que pegaram emprestado no Brasil. “Todo mundo paga, você pode ter dificuldade aqui ou ali, mas todo mundo paga”, afirmou Lula.

    Apesar da afirmação do presidente de que “todo mundo paga”, os números apresentados pelo BNDES mostram que  o calote de três países contemplados com empréstimos do Brasil já somam 5,2 bilhões de reais. A Venezuela deixou de pagar dívidas de 3,45 bilhões de reais, Moçambique não quitou 641 milhões de reais e Cuba deu um calote de 1,12 bilhão de reais. O calote deverá ser ainda maior, pois há outros 3,19 bilhões de reais vencendo, sem a perspectiva desses países conseguirem honrar suas dívidas.

    Oficialmente, o nome desses empréstimos é “programa de financiamento à exportação de serviços de engenharia”. As empresas brasileiras que tiveram acesso a tais financiamentos facilitados para obras no exterior foram Odebrecht, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, Camargo Correa e OAS, as mesmas que tombaram na Operação Lava-Jato por pagarem propinas milionárias ao PT, em troca de contratos na Petrobras. Quem fica com a dívida do empréstimo é o país estrangeiro, responsável por fazer o pagamento. O BNDES já emprestou 55 bilhões de reais entre 1998 e 2017, mas 88% desse valor foi liberado entre 2007 e 2015, nas gestões Lula e Dilma, que se apoderaram do dinheiro público para beneficiar ditaduras amigas do petismo.

    Entre as obras feitas com dinheiro brasileiro em Cuba está o moderno Porto de Mariel, que custou 4,2 bilhões de reais. Cuba apresentou como garantia papéis da indústria local de tabaco. Ou seja, o pagamento vai depender da fabricação de charutos. A Venezuela de Hugo Chávez ganhou obras como a ampliação do Metrô de Caracas e a construção de um estaleiro. Moçambique contraiu dois empréstimos do BNDES, para a construção do pouco movimentado Aeroporto de Nacala e a Barragem de Moamba Major. Os contratos começaram a ser assinados em abril de 2011, no início do governo Dilma, mas com as bênçãos do ex-presidente Lula. Para os críticos, este dinheiro que abastece ditaduras amigas do petismo poderia financiar grandes obras no Brasil, um país carente em infraestrutura.

    O presidente Jair Bolsonaro e o governador de Minas, Romeu Zema, criticaram os empréstimos, durante entrevista à TV Alterosa, na última quarta-feira. Zema reclamou que desde 2004 nenhum presidente da República se preocupou em liberar dinheiro para a ampliação do metrô de Belo Horizonte, mas que agora Bolsonaro está trazendo os recursos. “Na Venezuela construiu-se metrô, agora, em Belo Horizonte, para os brasileiros, mineiros, não”, criticou Zema. “Construíram com dinheiro nosso do BNDES, e a Venezuela não pagou. Ou seja, de graça, foi feito um metrô de primeiro mundo lá em Caracas, capital da Venezuela. Governos Lula e Dilma”, afirmou Bolsonaro. Durante o debate com Lula ontem, Bolsonaro voltou ao tema e perguntou por que Belo Horizonte não recebeu dinheiro para o metrô, enquanto o governo do PT enviou dinheiro para a Venezuela.

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