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Lula causa ‘transtornos’ e precisa sair da PF, diz sindicato dos Delegados

Entidade que representa delegados enviou ofício afirmando que a presença de manifestantes em Curitiba dificulta prestação de serviços básicos à população

Por Guilherme Venaglia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 17h47 - Publicado em 11 abr 2018, 11h54
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  • O Sindicato dos Delegados de Polícia Federal do Estado do Paraná (SinDPF-PR) pediu à superintendência regional da corporação a transferência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) da sede da PF em Curitiba, onde está desde sábado, quando foi preso. O sindicato pede que Lula seja transferido a um local onde não “traga os transtornos e riscos à população e aos funcionários da Polícia Federal“.

    Em ofício ao superintendente da PF paranaense, o delegado Maurício Valeixo, a entidade argumenta que “em razão da invasão da região próxima deste prédio de centenas de pessoas ligadas a movimentos sociais e outras facções, por questões de segurança, foi determinado o bloqueio de acessos e demais medidas assecuratórias, causando graves inconvenientes e atrasos nos atendimentos e ações policiais”. E que a solução, portanto, seria “a transferência imediata do ex-presidente para uma unidade das Forças Armadas, que possua efetivo e estrutura à altura dos riscos envolvidos”.

    Para o sindicato, desde que Lula chegou ao prédio para cumprir sua pena de doze anos e um mês de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no processo do apartamento tríplex do Guarujá (SP), está sendo prejudicada a prestação de serviços que a Polícia Federal faz ao público em sua sede. O grupo cita a emissão de passaportes e questões relativas a produtos químicos, armas e antecedentes criminais.

    Por fim, o SinDPF-PR afirma que, extraoficialmente, moradores e policiais federais se sentem ameaçados pelos manifestantes que acampam no local contra a prisão do petista.

    Como Lula está em execução penal, não mais na fase processual, a decisão final não competirá ao juiz Sergio Moro mas sim à magistrada que responde pela situação dos presos condenados, juíza Carolina Lebbos. Nesta terça-feira, Carolina rejeitou um pedido da defesa do ex-presidente para que ele pudesse ser visitado por nove governadores de Estado e dois senadores.

    Antes, no entanto, é preciso saber se o delegado Valeixo concordará com o pedido do sindicato e encaminhará a decisão ao Judiciário. A hipótese de alocar Lula em um quartel das Forças Armadas é cogitada desde que se tornou real a possibilidade de prisão. No entanto, essa hipótese perdeu força diante da constatação de que uma ligação da prisão do ex-presidente com militares poderia favorecer a narrativa petista de que Lula é um preso político.

    Diante dos “transtornos”, no entanto, pode voltar a ser considerada. Os presos da Operação Lava Jato que cumprem pena no Paraná ficam no Complexo Médico-Penal (CMP), presídio no estado que atende detentos com condições médicas sensíveis e com situações delicadas de segurança, como políticos e criminosos sexuais.

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