Os tucanos reagiram à entrevista do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, ao jornal Folha de S.Paulo publicada nesta segunda-feira, na qual ele criticou o PSDB e disse que a saída do partido do governo “terá consequências eleitorais” em 2018. Segundo Meirelles, os tucanos não estão comprometidos com a política econômica que será o “legado” da gestão do presidente Michel Temer (PMDB).
“É uma deslealdade dele com o PSDB”, disse o deputado Ricardo Tripoli, líder do PSDB na Câmara. “Em vez de verificar quantos votos o partido dele (PSD) têm na base, Meirelles fica atacando o PSDB. Isso de defender o legado do Temer é besteira. Vamos mostrar à sociedade que vamos continuar com as reformas, estabilizar o País e fazer voltar a crescer”.
Presidente interino do PSDB, o ex-governador Alberto Goldman também criticou a entrevista. “Ele falou mais do que devia”, afirmou o tucano. Segundo Goldman, Meirelles tem “plena consciência” de que o PSDB é à favor da reforma da Previdência.
Ruptura
Em entrevista à Folha de S.Paulo, Henrique Meirelles afirmou que o governo terá um candidato à Presidência para as eleições de 2018 e não será o atual governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).
A avaliação feita pelo ministro na entrevista é a de que o candidato apoiado pelo governo de Temer terá que defender por completo a atual política econômica do Planalto e todo o “legado” da gestão do presidente peemedebista. Algo que não é compatível com o discurso do governador tucano.
Meirelles tem se articulado nos bastidores para concorrer às eleições presidenciais do próximo ano e representar o governo Temer nas urnas. Uma pesquisa do Datafolha mostra que as intenções de voto no ministro variam entre 1% e 2%, dependendo do cenário pesquisado.