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Líder do MBL contrata empresa suspeita de corrupção

Kim Kataguiri repassou 50.000 reais da cota parlamentar para contratar a Fipe, investigada por suspeitas de fraudar licitações com ajuda do grupo

Por Ricardo Chapola
Atualizado em 20 mar 2022, 16h57 - Publicado em 19 mar 2022, 13h56
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  • Líder do Movimento Brasil Livre (MBL), o deputado federal, Kim Kataguiri (União Brasil-SP), usou parte de sua cota parlamentar para contratar uma empresa que suspeita de integrar um esquema de corrupção em São Paulo, com suposta participação de outros membros do grupo. Kataguiri realizou um pagamento de 50.000 reais em espécie  para a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) em outubro de 2020.

    A movimentação está registrada em um comprovante a que VEJA teve acesso. Na nota fiscal emitida pela fundação, a Fipe justifica que recebeu essa quantia como forma de pagamento a uma pesquisa realizada pela entidade que auxiliou um projeto de lei sobre licenciamento ambiental do qual Katiguiri foi relator.

    O deputado afirmou, via assessoria de imprensa, ter feito o pagamento em dinheiro porque não tinha limite bancário suficiente para realizar transferências daquela monta. “O pagamento não foi entregue em espécie para a Fipe, mas sim em depósito bancário, como consta no recibo”, diz a nota.

    A transferência ocorreu doze dias antes de o Ministério Público de São Paulo ter denunciado lideranças do MBL, sob acusação de terem beneficiado a Fipe na obtenção de contratos junto ao governo paulista. Desde aquela época, a promotoria procura entender os vínculos entre o movimento e a entidade.

    Segundo a promotoria, a Fipe passou a ter sucesso nos negócios com o governo paulista após o consultor Alessander Mônaco Ferreira, ligado ao MBL, ter assumido um cargo comissionado na Imprensa Oficial (Imesp). Os investigadores apontam que Ferreira chegou ao posto com ajuda do coordenador nacional do MBL, Renan dos Santos, acusado de tráfico de influência.

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    De acordo com a denúncia, Ferreira recebeu propina para favorecer a empresa na Imesp e depositava as quantias de forma estratificada, em várias transações de 5.000 reais, com objetivo de “dissimular as origens e lavar valores”.

    O consultor ligado ao MBL foi acusado por fraude em licitação, lavagem de dinheiro e corrupção passiva.

    Em novembro de 2020, o juiz da 1ª Vara de Crimes Tributários, Thiago Baldani Gomes de Filippo, aceitou a denúncia contra Ferreira e a Fipe, mas rejeitou as acusações feitas contra Renan dos Santos. O caso ainda tramita na Justiça paulista.

    Procurado, o Ministério Público de São Paulo informou que vai enviar as novas informações do caso à Procuradoria-Geral da República (PGR) para que o órgão competente analise todos os fatos.

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