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Joesley recorreu a Mantega, Palocci e Serra por ajuda no BNDES

Em complemento de delação premiada, empresário afirma que pediu que políticos intervissem para liberação de um empréstimo à empresa de celulose da J&F

Por Da Redação
Atualizado em 3 set 2017, 21h38 - Publicado em 3 set 2017, 20h39

Em outubro de 2010, às vésperas da eleição presidencial que levou Dilma Rousseff (PT) ao Planalto, o coordenador da campanha da petista, o ex-ministro Antonio Palocci, seu principal adversário, o hoje senador José Serra (PSDB-SP), e o então ministro da Fazenda, Guido Mantega, interferiram junto ao BNDES a pedido do empresário Joesley Batista. Essa revelação está em novo anexo entregue na semana passada à Procuradoria-Geral da República (PGR) para complementar sua delação premiada, segundo a GloboNews.

O objetivo da busca por influência política, alega Joesley, seria a liberação de um empréstimo de um bilhão de reais que a empresa de celulose do grupo, a Eldorado, pedia ao banco para a construção de uma fábrica em Mato Grosso do Sul. A negociação teria começado em 2009, quando o então governador do estado, André Puccinelli (PMDB), avisou o empresário de que uma empresa europeia havia desistido da empreitada. Na sequência, informa a emissora, Joesley Batista teria procurado diretamente o então presidente do BNDES, Luciano Coutinho, para pedir a liberação dos recursos.

Com o veto da área técnica do banco, em 2009, informa a emissora, o empresário passou a procurar agentes públicos com influência para garantir que a verba entrasse nos cofres da empresa. Ele afirma que pediu aos três – Mantega, Palocci e Serra – que telefonassem a Coutinho e buscassem a autorização para que a análise do empréstimo seguisse. Quem conseguiu foi Mantega, que teria agendado uma reunião com Joesley e o então presidente do banco para comunicar que o BNDES analisaria o pedido da Eldorado.

Em sua delação, o empresário teria dito que, em troca desse benefício, teriam recebido propina Guido Mantega, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, e dirigentes dos fundos de pensão Petros (Petrobras) e Funcef (Caixa Econômica Federal). A fábrica, segundo Joesley, teria sido inaugurada em 2012.

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