No último dia para complementar o seu acordo de delação premiada, o empresário Joesley Batista entregou à Procuradoria-Geral da República novos áudios das conversas que teve com políticos. As gravações ainda não divulgadas envolvem parlamentares e pelo menos um ministro do governo de Michel Temer.
Apesar de este ser, oficialmente, o último dia para a entrega de novos documentos, o prazo ainda pode ser prorrogado pelo ministro Edson Fachin, que é o relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal. Os delatores da JBS pediram que o órgão concedesse mais 60 dias para apresentarem anexos complementares, como acusações. A Procuradoria-Geral da República, em parecer, concordou com a solicitação.
As delações dos executivos da JBS causaram uma crise política no governo de Temer. Com base nos depoimentos dos delatores, o presidente foi denunciado ao STF pelo procurador-geral da República Rodrigo Janot pelo crime de corrupção passiva. O processo foi barrado na Câmara dos Deputados.
Prazo
Fachin ainda não decidiu se vai ou não prorrogar o prazo para a entrega de novos documentos. Um dos argumentos utilizados pelos advogados para o aumento deste tempo é que a homologação do acordo de leniência da empresa J&F “facilitará o acesso e a juntada de novos dados de corroboração”. Os advogados pedem mais prazo “para a checagem de listas de documentos e planilhas, a fim de apresentar esclarecimentos mais robustos e efetivos”.
As defesas dos delatores afirmam que têm sido feitos “todos os esforços na busca de elementos e dados de corroboração referentes aos complementos de seus relatos em colaboração premiada”.
Na manifestação em que endossou o pedido da JBS, Janot afirmou que os colaboradores têm prestado depoimentos, apresentado elementos de corroboração sobre anexos novos e aprofundado outros já apresentados.