Única mulher a discursar durante a convenção do Partido Social Liberal (PSL), que acontece neste domingo, Janaína Paschoal foi recebida com aplausos e gritos de “vice” pelo público que aguardava a oficialização da candidatura de Jair Bolsonaro à Presidência da República.
Ao iniciar seu discurso, contudo, a advogada esfriou os ânimos ao pedir que não houvesse aplausos ou gritos porque queria “dialogar” com a plateia. Em seguida, se disse” muito honrada” com o convite para ser vice de Bolsonaro, mas que precisa de mais tempo para tomar sua decisão.
“Iniciamos um diálogo muito profícuo, mas não é possível tomar uma decisão como essa em dois dias”, afirmou. “Para uma parceria de 4 anos, esse diálogo precisa ser mais pormenorizado porque é um trabalho conjunto, um trabalho difícil.”
Ao contrário dos colegas de bancada, que destilaram discursos inflamados, Janaína pareceu mais moderada e falou sobre tolerância às opiniões diferentes. “Não se ganha eleições com um pensamento único e não se governa uma nação com um pensamento único. Seguidores de Bolsonaro têm a ânsia de ouvir um discurso uniformizado. Reflitam se não estamos correndo o risco de fazer um PT ao contrario”, afirmou.
As últimas semanas foram marcadas por dificuldades na composição da chapa do presidenciável, com a desistência de possíveis candidatos a vice. Sondados, o senador Magno Malta (PR) e o general Augusto Heleno Pereira (PRP), não fecharam com o deputado.
A escolha de Janaína reforçaria o isolamento de Bolsonaro no cenário político. Sem um vice de outro partido, Bolsonaro terá cerca de 8 segundos em cada bloco de propaganda gratuita no rádio e na TV, já que o PSL é um partido pequeno. Isto pode reduzir a visibilidade do candidato. Ele, porém, não parece preocupado, já que apoia sua força nas redes sociais.