Investigação sobre irmã e primo de Aécio volta ao STF
Decisão da Primeira Turma do Supremo derruba entendimento do ministro Marco Aurélio Mello, que havia enviado as apurações à 1ª instância
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou nesta terça-feira a decisão do ministro Marco Aurélio Mello que havia determinado o envio da investigação contra Andrea Neves e Frederico Pacheco de Medeiros, irmã e primo do senador Aécio Neves (PSDB-MG), e o ex-assessor do senador Zezé Perrella (PMDB-MG) Mendherson Sousa Lima à primeira instância da Justiça Federal de São Paulo.
Com a decisão, tomada por 4 votos a 1, as apurações sobre Andrea, Pacheco e Sousa Lima voltam ao Supremo. Durante o julgamento, os ministros Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso e Rosa Weber aceitaram recurso do Ministério Público Federal (MPF) e votaram conta o entendimento de Marco Aurélio. De acordo com os ministros, o caso deve julgado pela Corte por haver conexão entre os crimes investigados.
A irmã e o primo do senador tucano e o ex-assessor de Perrella foram presos na Operação Patmos, deflagrada em 18 de maio a partir das delações premiadas de executivos do Grupo J&F. Frederico Pacheco de Medeiros foi filmado pela Polícia Federal recebendo do ex-diretor de relações institucionais da JBS Ricardo Saud quatro parcelas de 500.000 reais em dinheiro vivo, em São Paulo. O montante total, de 2 milhões de reais, foi pedido por Aécio Neves ao empresário Joesley Batista para custear sua defesa na Operação Lava Jato.
Com base nas investigações da Patmos, Andrea, Pacheco e Aécio foram denunciados pelo crime de corrupção passiva pelo ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Em junho, a Primeira Turma do STF determinou que os investigados passassem a cumprir prisão domiciliar.