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Indicação de amigo de Bolsonaro é criticada na Petrobras

Por causa da Lava Jato, a empresa passou a fazer muitas exigências para preencher as gerências executivas, posto que será ocupado por Nagem

Por Fernando Molica
Atualizado em 11 jan 2019, 19h06 - Publicado em 11 jan 2019, 18h47
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  • A indicação de Carlos Victor Guerra Nagem, amigo do presidente Jair Bolsonaro, para ocupar uma das gerências executivas da Petrobras provocou muitas críticas entre funcionários da empresa, já que o favorecido não teria as qualificações necessárias para exercer a função. Em janeiro de 2016, no rastro da Operação Lava Jato e ainda no governo de Dilma Rousseff, foram divulgadas as normas que passaram a definir quem poderia ocupar esses cargos.

    Os critérios incluem análise de integridade, capacitação técnica e de gestão – as exigências foram criadas para tentar evitar influência política nas nomeações. Na hierarquia da petroleira, os gerentes executivos ficam logo abaixo dos diretores e têm salários superiores a 45 mil reais.

    A Petrobras passou a abrir processos seletivos entre seus funcionários para o preenchimento desses cargos, como ocorreu em junho de 2017, quando buscava um novo gerente executivo de Projetos de Desenvolvimento da Produção. Em comunicado interno, a empresa informou que, entre outras qualificações, os candidatos deveriam ter dez anos de experiência gerencial em empresa de grande porte ou na própria Petrobras. Também deveriam ter gerenciado projetos na área por, no mínimo, cinco anos.

    A primeira avaliação seria feita por um comitê formado por gerentes executivos, que encaminhariam uma lista tríplice ao diretor da área, que selecionaria um dos inscritos para entrevistas com o presidente da Petrobras e com o diretor de Comitê de Indicação, Remuneração e Sucessão. A decisão final seria tomada pela diretoria executiva da empresa e pelo Conselho de Administração.

    Currículo

    No currículo de Nagem divulgado na quinta-feira 10 pelo presidente da República no Twitter não consta nenhuma referência à passagem do indicado por cargos de gerência. Funcionário da Petrobras há onze anos, capitão da reserva da Marinha e mestre em Administração pela UFRJ, Nagem disputou duas eleições no Paraná para cargos no Legislativo – em ambas foi derrotado. Seu nome ainda terá que ser aprovado pelo Conselho de Administração da empresa, mas na quinta 10, Bolsonaro dava sua nomeação como certa: escreveu no Twitter que o amigo “assumirá” o cargo de gerente executivo de Inteligência e Segurança Corporativa.

    Nesta sexta-feira, 11, o presidente voltou ao Twitter para ironizar as críticas pela indicação de Nagem: “Peço desculpas à grande parte da imprensa por não estar indicando inimigos para postos em meu governo!”, escreveu.

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