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Homem forte de Doria na prefeitura declara apoio a Márcio França

Advogado Anderson Pomini, que chefiou pasta da Justiça durante gestão do tucano, também afirmou que candidato deveria ter concluído seu mandato

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 23 out 2018, 10h19 - Publicado em 23 out 2018, 09h35
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  • Um dos mais próximos auxiliares de João Doria (PSDB) na Prefeitura de São Paulo, o advogado Anderson Pomini, ex-secretário municipal da Justiça do tucano, declarou nesta segunda-feira (22) o apoio ao governador Márcio França, candidato do PSB ao Palácio dos Bandeirantes.

    A decisão foi mais um capítulo no jogo de forças nos bastidores do partido. Apesar de não ser filiado ao PSDB, Pomini foi pressionado por setores da legenda a se unir a França.

    “Um homem público precisa ter palavra e cumprir seus compromissos, por isso vou votar no França. E não estou só, pois muita gente do próprio PSDB também o apoia”, disse Pomini.

    O advogado, que coordenou a área jurídica da campanha de Doria à prefeitura em 2016, também afirmou que o candidato do PSDB ao governo paulista não deveria ter deixado o cargo.

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    “Tenho respeito por ele, mas acho que Doria deveria ter terminado o mandato para concluir seu compromisso com a população de São Paulo”, disse.

    Pomini foi um dos homens fortes durante a passagem do tucano pela prefeitura e também coordenou o departamento jurídico da campanha vitoriosa na eleição municipal de 2016. Ele deixou a administração junto com Doria, em abril deste ano, e desde então se afastou do ex-prefeito.

    Debandada

    Há no interior do estado uma migração de prefeitos tucanos para a campanha do pessebista. Muitas deles foram clientes de Pomini, que é especialista em Direito Eleitoral.

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    Em 8 de outubro, dia seguinte ao primeiro turno da eleição, a executiva municipal do PSDB decidiu expulsar o ex-governador Alberto Goldman, o secretário estadual de Governo, Saulo de Castro, e mais 15 tucanos por infidelidade partidária.

    Desafeto de Doria, Goldman tem publicado vídeos contra o ex-prefeito e não escondeu a preferência por Paulo Skaf (MDB) no primeiro turno.

    A decisão sobre as expulsões, porém, foi desautorizada pela direção nacional executiva do PSDB, que é presidido pelo ex-governador Geraldo Alckmin, candidato derrotado da legenda à Presidência.

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    Em agenda de campanha no sábado (20), na região de Parelheiros, na zona sul de São Paulo, Doria minimizou a debandada de tucanos. “É bom que fiquem com Márcio França, inclusive depois da nossa vitória. As esquerdas se unem”, disse o candidato.

    Entre os prefeitos do PSDB que trocaram Doria por França estão Paulo Alexandre Barbosa, de Santos, Ademir Lindo, de Pirassununga, e Fábio Marcondes, de Lorena.

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    Procurada, a assessoria de Doria disse que ele não comentaria as declarações de Pomini. Aliados do ex-prefeito minimizaram nesta segunda-feira a decisão do ex-secretário de apoiar a candidatura do governador Márcio França.

    “Ele não tem nenhum voto. Tenho dúvidas se ele teria os votos da própria família. É uma surpresa que não nos preocupa”, disse o prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando (PSDB), um dos tucanos mais próximos a Doria.

    Segundo o deputado estadual Marco Vinholi (PSDB), líder do partido na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), Pomini não tem “protagonismo político” e a declaração não causará efeito nenhum na campanha de Doria.

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    As defecções de aliados de Doria têm sido exploradas pelo adversário Márcio França na campanha. O candidato do PSB tem dito nos debates na TV que o tucano “não tem amigos” e “está sozinho” na eleição porque “trai seus aliados”.

    Haddad

    Já o tucano Daniel Annenberg, que é secretário municipal de Inovação e Tecnologia desde o início da gestão Doria, declarou nesta segunda nas redes sociais apoio ao petista Fernando Haddad na eleição presidencial contra Jair Bolsonaro (PSL), candidato apoiado pelo ex-prefeito.

    “Tenho divergências com o PT, mas jamais apoiaria a candidatura de uma figura pública que nada fez pelo país em toda sua trajetória política, que vocifera violência, faz chacota da tortura e flerta com a ditadura militar”, afirmou.

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