Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

Governo Bolsonaro se omite em um terço das votações na Câmara

Líderes do legislativo abriram mão de orientar o voto da base aliada em 31% dos pleitos realizados. "Taxa de omissão" é recorde desde Lula

Por Da redação
Atualizado em 9 jun 2019, 09h56 - Publicado em 9 jun 2019, 09h48
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Sem controle sobre a pauta da Câmara dos Deputados, o governo abriu mão de orientar o voto de seus aliados em 31% das votações realizadas nos primeiros cinco meses de mandato do presidente Jair Bolsonaro. A alta “taxa de omissão”, recorde nesse período desde a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), indica que, praticamente, uma em cada três propostas em tramitação não era de interesse do Palácio do Planalto – ou que o líder do governo preferiu não se manifestar por haver risco de derrota.

    As informações foram levantadas pelo jornal O Estado de S. Paulo com base nos dados de votações feitas no plenário da Câmara nos últimos 16 anos – um total de 844 mil votos dados por 1.811 deputados em 2.427 votações.

    A ingerência menor do Executivo é mais um efeito das recentes mudanças nas relações entre os Poderes. Bolsonaro resiste a distribuir cargos em troca de votos, o que o deixa com menor poder de influência sobre o Legislativo, em comparação a seus antecessores. Com mais autonomia, o Congresso busca uma agenda própria de votações.

    Quando um projeto é votado em plenário, o líder do governo (deputado que representa os interesses do Executivo) vai ao microfone e orienta a base a votar contra ou favor – os aliados seguem a sugestão na grande maioria dos casos, embora isso não seja obrigatório. Em situações excepcionais, o líder libera o voto, para que cada partido ou indivíduo se manifeste como preferir.

    Nos cinco meses iniciais dos dois mandatos de Lula, apenas 11% e 13% das votações na Câmara não tiveram encaminhamento pelo líder do governo, respectivamente. Nas gestões de Dilma Rousseff (PT), essa taxa foi de 23% e 27%. No caso de Michel Temer (MDB), não houve orientação em uma a cada cinco votações.

    Continua após a publicidade

    Problemas na articulação política de Dilma e Bolsonaro sugerem algo em comum entre os dois governos. Para o cientista político Murillo de Aragão, professor da Columbia University, as circunstâncias são muito diferentes. “Dilma propunha um presidencialismo de coalizão, abria os ministérios para os partidos, exigia fidelidade dos partidos, o que não acontecia”, observou. “E terminou no impeachment. Já Bolsonaro diz: se o Congresso pensa diferente, tem autonomia para atuar.”

    A reportagem procurou o líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), para que comentasse os dados. Ele alegou problemas de agenda e não respondeu.

    Liderança ausente – O presidente do partido de Jair Bolsonaro, deputado Luciano Bivar (PSL-PE), só apareceu em 11% das votações nas quais o governo orientou sua base a aprovar algum projeto na Câmara. Apesar de ser 100% governista quando aparece para votar, Bivar só esteve presente em oito ocasiões em que a base foi orientada – de um total de 71.

    Continua após a publicidade

    Um dos poucos parlamentares do PSL com história dentro do partido do qual foi o fundador, Bivar viu em Bolsonaro a oportunidade de alavancar uma sigla nanica, que nunca havia tido resultados eleitorais expressivos. Ao filiar o então presidenciável, encampou um projeto que, além de chegar ao Palácio do Planalto, elegeu 52 deputados no ano passado — em 2014, havia conquistado apenas uma cadeira.

    Durante a campanha presidencial, Bivar chegou a abrir mão da presidência da legenda e a deixou nas mãos do advogado Gustavo Bebianno, que depois assumiu a Secretaria-Geral da Presidência – e foi o primeiro ministro a ser demitido por Bolsonaro. Agora, com o presidente empossado, Bivar é o sexto deputado que mais se ausentou de votações.

    A reportagem tentou contato com Bivar para saber o motivo das ausências, mas o deputado não respondeu até a publicação desta matéria.

    (Com Estadão Conteúdo) 

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.