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Governador do PT exonera secretários para ajudar Temer na Câmara

Rui Costa quer evitar que o prefeito de Salvador, ACM Neto, seu provável adversário na eleição de 2018, seja fortalecido caso Maia assuma o Planalto

Por Da redação
Atualizado em 4 jun 2024, 17h57 - Publicado em 1 ago 2017, 17h25

O governador da Bahia, Rui Costa (PT), exonerou nesta terça-feira dois secretários estaduais para que retomem os mandatos de deputado federal e ajudem a barrar a denúncia por corrupção passiva contra o presidente Michel Temer (PMDB) na votação desta quarta-feira, no plenário da Câmara dos Deputados.

Costa destituiu os secretários de Desenvolvimento Urbano, Fernando Torres (PSD), e de Relações Institucionais, Josias Gomes da Silva (PT). Torres e Silva devem se abster na votação do parecer do deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG). Esse posicionamento é favorável a Temer, uma vez que o governo diz já ter os votos necessários para barrar a denúncia e agora articula para garantir o quórum de 342 deputados para que a votação aconteça. O Palácio do Planalto tem incentivado, inclusive, o comparecimento de deputados de partidos da base aliada favoráveis à denúncia.

Aliados do governador da Bahia afirmam que o afastamento de Michel Temer do cargo, caso a denúncia seja aceita, não interessa a Costa. Se Temer for afastado, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), assumirá o comando do país, fortalecendo o prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhães Neto, o ACM Neto (DEM), que deve disputar o governo da Bahia em 2018 contra o petista.

“Vou abster-me na votação. Não sou a favor nem de Michel Temer nem de Rodrigo Maia. Sou a favor de eleições diretas para presidente”, justificou Fernando Torres. Ele disse não ter nada contra o presidente da Câmara dos Deputados. “Acho até um bom presidente da Câmara, mas não tem condições de ser presidente da República agora”, declarou.

Já Josias Gomes da Silva diz que ainda não decidiu sobre como votará, mas que também tende a se abster. “O debate que tem de ser feito é que precisamos de eleições diretas, não eleições indiretas”, disse. De acordo com Silva, não há como apostar no afastamento ou não de Temer como solução para o Brasil. “É tirar um golpista para colocar outro”, completa.

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O secretário de Relações Institucionais admitiu que o fator ACM Neto também é levado em consideração. “Claro que esse aspecto também é ponderado. Se o Rodrigo Maia assume, ele [prefeito de Salvador] vai se fortalecer”, explica. Silva ressaltou que essa não é uma tese só dele. “É minha, do governador e da maioria dos partidos que apoiam ele no Estado”, pondera.

Um dos deputados mais próximos de Rui Costa, Afonso Florence (PT-BA) defendeu a tese do governador. “Ele tem total razão em sua análise. Vai ser muito ruim para Bahia o ACM [Neto] ter uma força maior. A situação não é simples, é complexa”, afirmou Florence, que, embora concorde com Costa, afirmou que votará a favor da denúncia.

(com Estadão Conteúdo)

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