Manifestantes brasileiros e israelenses organizam um protesto contra a presença do presidente Jair Bolsonaro em Israel neste domingo. Aos gritos de “fascistas: não passarão”, eles se reuniram na frente da residência oficial do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em Jerusalém, no momento em que recebia o líder brasileiro.
Os manifestantes carregavam cartazes com a frase “Ditadura nunca mais” e placas pedindo justiça pelo assassinato da vereadora Marielle Franco por milicianos, em 2018, além de fotos do presidente do Brasil.
O protesto foi organizado pela comunidade LGBT israelense, pelo representante comercial brasileiro Mauro Nadvorny e pelo advogado israelense Itai Maki. Segundo os organizadores, há por volta de 60 pessoas reunidas.
O protesto chama a atenção para as frequentes declarações favoráveis de Bolsonaro ao regime militar brasileiro iniciado a partir do Golpe de 1964, ocorrido há exatos 55 anos. Também destaca as frases e iniciativas do presidente contrárias aos direitos das minorias – mulheres, indígenas, quilombolas e LGBTQ+.
Na semana passada, o próprio Bolsonaro determinou que os quartéis comemorassem neste domingo a “data histórica” do aniversário do golpe militar. Dias depois, a juíza Ivani Silva da Luz, da 6ª Vara Federal Cível do Distrito Federal, proibiu a comemoração.
Em especial, a leitura da Ordem do Dia preparada pelo Ministério da Defesa na sexta-feira, 29. O texto argumentava que os militares, em 1964, teriam defendido “a democracia”. A juíza Ivani da Luz afirma que o documento “desobedece ao princípio da prevalência dos direitos humanos”.