Último Mês: Veja por apenas 4,00/mês
Continua após publicidade

Fala de Eduardo sobre AI-5 gera críticas de PT, PSDB, MDB, DEM e PSL

Partidos de esquerda vão entrar com uma representação criminal contra o filho do presidente no STF e vão pedir a sua cassação na Casa

Por Eduardo Gonçalves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 31 out 2019, 15h15 - Publicado em 31 out 2019, 14h41
  • Seguir materia Seguindo materia
  • A declaração do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) de que, se a esquerda radicalizar, poderia haver um “novo AI-5”, provocou uma onda de críticas no Congresso, vinda de parlamantes de diferentes ideologias, do PT, PSOL, PCdoB, PSB, PSDB, DEM, MDB e até do PSL.

    Além das notas de repúdio, lideranças de partidos de esquerda anunciaram que vão entrar com uma representação criminal no Supremo Tribunal Federal (STF) e que vão pedir a cassação de Eduardo no Conselho de Ética da Câmara. “A apologia do filho do presidente ao AI-5, que significa o fechamento do Congresso e a perseguição de opositores, é um crime contra a Constituição e as instituições democráticas”, disse o deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ). Ele também conclamou a todos os “defensores da democracia e da liberdade” a se unirem para “dar uma resposta à altura a mais esse gravíssimo ataque ao Estado de Direito”.

    O líder da oposição na Câmara, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), afirmou que, se o governo Bolsonaro radicalizar, “o povo brasileiro vai reagir em defesa da Constituição e da Democracia”. “Falar em AI-5 significa falar em fechar o Congresso e em assassinato de deputados e jornalistas. Isso é inaceitável e da maior gravidade”, completou.

    Dirigentes de partidos de centro e de direita também repudiaram a declaração. “Ameaçar a democracia é jogar o Brasil novamente nas trevas. O PSDB nasceu na luta pela volta da democracia no Brasil condena de maneira veemente as declarações do filho do presidente da República”, afirmou o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo.

    O presidente do MDB, Baleia Rossi, também lembrou que a sigla nasceu da luta pela democracia e disse que é “inaceitável qualquer menção a atosque possam colocar em risco, de novo, a liberdade do cidadão brasileiro”. “Lutamos contra a ditadura e seu pior mal, o AI-5, que nos marcou como o momento mais triste da nossa história recente”, escreveu. O presidente nacional do DEM e prefeito de Salvador, ACM Neto, declarou que a fala é uma “inaceitável afronta à democracia” e que, “nesse momento, o país precisa de equilíbrio e responsabilidade”.

    Continua após a publicidade

    Parlamentares do PSL, sigla de Eduardo e do presidente, também não o pouparam das críticas. O senador Major Olímpio (SP) considerou “lamentável” a discussão “nos dias de hoje” de um ato que “cassou cinco juízes, quatro senadores e 95 deputados”. “Como vou, como parlamentar, defender o fechamento do Congresso, que representa a população brasileira – bem ou mal, representa?”. O deputado coronel Tadeu (PSL-SP) foi na mesma linha: “Em pleno século 21, falar em ato institucional é algo inimaginável”.

    A deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) declarou que “atentar contra a democracia é crime, previsto no artigo 5º da Constituição”, e Júnior Bozzella disse que o discurso radical visa “dividir o país e manter a chama do extremismo acesa”.

    O Ato Institucional nº 5, ao qual Eduardo se referiu, foi baixado em 13 de dezembro de 1968 e abriu caminho para a radicalização da ditadura militar (1964-1985), com cassações e suspensão de direitos políticos, institucionalização da censura à imprensa, além do endurecimento da repressão com tortura, mortes e desaparecimentos de membros da esquerda armada.

    Continua após a publicidade

    A declaração de Eduardo foi dada quando ele foi perguntado pela jornalista Leda Nagle a respeito dos protestos no Chile e a eleição de Alberto Fernández na Argentina, tendo como vice a ex-presidente Cristina Kirchner. Ele citou o uso de recursos do BNDES na obra do porto de Mariel, em Cuba, o programa Mais Médicos e a produção de petróleo na Venezuela como fontes de dinheiro a possíveis “revoluções” de esquerda.

    “A gente vai ter que encarar de frente isso daí. Vai chegar um momento em que a situação vai ser igual ao final dos anos 60 no Brasil, quando sequestravam aeronaves, quando executavam e sequestravam grandes autoridades, cônsules, embaixadores, execução de policiais, de militares. Se a esquerda radicalizar a esse ponto, a gente vai precisar ter uma resposta. E a resposta, ela pode ser via um novo AI-5, via uma legislação aprovada através de um plebiscito, como aconteceu na Itália. Alguma resposta vai ter que ser dada”, afirmou o filho Zero Três do presidente.

     

     

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Veja e Vote.

    A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

    OFERTA
    VEJA E VOTE

    Digital Veja e Vote
    Digital Veja e Vote

    Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

    1 Mês por 4,00

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

    a partir de 49,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.