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Fachin autoriza inquérito para apurar pagamentos da J&F ao MDB

Investigação parte de delações premiadas de Ricardo Saud e Sérgio Machado e trata de suposto pedido do PT para 'comprar' apoio de emedebistas em 2014

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 16 Maio 2018, 18h51 - Publicado em 16 Maio 2018, 18h49

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta quarta-feira (16) a abertura de um inquérito para apurar supostos pagamentos de propina do Grupo J&F, que controla a JBS, a parlamentares do MDB. As suspeitas foram levantadas nas delações premiadas do executivo Ricardo Saud, ex-diretor de relações institucionais da empresa, e do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.

Em sua delação, Saud disse ter havido pagamentos da ordem de 46 milhões de reais a senadores do MDB, a pedido do PT. De acordo com o executivo, apesar de diversas doações terem sido oficiais, trata-se de “vantagem indevida”, já que dirigentes petistas estariam comprando o apoio de peemedebistas nas eleições de 2014 para garantir a aliança entre os dois partidos.

Segundo o delator, o pagamento milionário tinha o objetivo de manter a unidade do MDB, devido ao risco, à época, de que integrantes do partido passassem a apoiar formalmente a campanha do senador Aécio Neves (PSDB-MG) à Presidência da República.

O esquema teria beneficiado os senadores Eduardo Braga (MDB-AM), Jader Barbalho (MDB-PA), Eunício Oliveira (MDB-CE), Renan Calheiros (MDB-AL), Valdir Raupp (MDB-RO) e o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Vital do Rego.

Sérgio Machado, por sua vez, declarou ouvir em reuniões ocorridas na residência de Renan, “que o grupo JBS iria fazer doações ao PMDB, a pedido do PT, na ordem de 40 milhões de reais”.

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O inquérito também deve apurar pagamento ao então presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (MDB-RN), por meio de notas fiscais frias que teriam simulado prestação de serviços de empresas para a JBS.

Os gabinetes dos senadores foram procurados pela reportagem e não haviam se manifestado até a publicação deste texto. Em nota, o MDB informou repudiar “mais uma tentativa de criminalização da política”. “Esperamos que a conclusão deste inquérito seja rápida e acreditamos que ao final a verdade será restabelecida”, disse o partido. O PT ainda não se pronunciou.

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