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CPI: Marcellus Campêlo relata ênfase do ministério em remédios ineficazes

Marcellus Campêlo esteve no centro da crise que atingiu o estado no início de 2021, quando houve falta de leitos e de oxigênio nos hospitais

Por Da Redação
Atualizado em 15 jun 2021, 17h49 - Publicado em 15 jun 2021, 06h10

O ex-secretário de Saúde do Amazonas Marcellus Campêlo prestou depoimento à CPI da Pandemia nesta terça-feira, 15. O estado enfrentou um colapso sanitário no início de 2021 por falta de leitos e de oxigênio nos hospitais que recebiam pacientes com Covid-19. Além disso, a Polícia Federal apura desvio de dinheiro do combate à pandemia, a partir de suposta organização criminosa no estado.

O depoimento

Questionado se relatou ao Ministério da Saúde sobre o risco de falta de oxigênio no estado devido ao aumento do consumo, conforme ofício enviado pela empresa White Martins, Campêlo afirmou que avisou o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, por telefone, no início de janeiro. “Fiz ligação para ministro Pazuello no dia 7 de janeiro explicando necessidade de apoio logístico para trazer oxigênio de Belém a Manaus, a pedido da White Martins”, afirmou. O ex-secretário disse que encaminhou ofício às 23h45 do dia 7 ao então ministro “comunicando o colapso e pedindo apoio”. No mesmo dia, a empresa garantiu ao estado que chegaria o primeiro carregamento de oxigênio a partir do dia 9 de janeiro e que a cada dois dias haveria novas remessas.

Em sua audiência na CPI, Pazuello afirmou que soube apenas no dia 10 de janeiro de que poderia faltar oxigênio devido ao risco logístico e que a informação que ele soube no dia 7 “foi um erro de um servidor”. Diante disso, os senadores da comissão apontaram contradição entre os depoimentos.

De acordo com o ex-gestor, o problema no fornecimento do insumo na rede estadual durou apenas dois dias. A informação foi contestada por senadores. Campêlo afirmou ainda que ligou ao ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello no dia 7 de janeiro pedindo ajuda para transportar oxigênio.

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O ex-secretário de Saúde do Amazonas relatou também que Mayra Pinheiro, então secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, deu ‘ênfase’ a remédios ineficazes contra Covid-19 em visita a Manaus, na véspera do colapso.

Campêlo deixou o cargo de secretário no último dia 7, após ser preso pela Polícia Federal, no dia 2, na Operação Sangria, que investiga se funcionários da Secretaria de Saúde do estado firmaram contratos fraudulentos em favor de um grupo de empresários na construção de um hospital de campanha. O governador amazonense, Wilson Lima (PSC), também foi alvo da ação. Campêlo deixou a cadeia cinco dias após a operação, ao fim do prazo do mandado de prisão temporária.

Os requerimentos que pediram a convocação do ex-secretário foram apresentados pelos senadores Marcos Rogério (DEM-RO) e Alessandro Vieira (Cidadania-SE), que acredita que o depoente terá que esclarecer “todas as circunstâncias relativas ao colapso da saúde na capital amazonense no início do ano, especialmente com relação à falta de oxigênio e à atuação dos gestores públicos para a resolução da crise”. A CPI também já aprovou a quebra de sigilos telefônico e telemático de Marcellus Campêlo.

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