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Escoltado pela PF, Jair Bolsonaro vota no Rio de Janeiro

Na saída, Bolsonaro foi ovacionado por eleitores que gritavam: 'Mito, muda esse país'

Por Bruna Motta
Atualizado em 7 out 2018, 11h13 - Publicado em 7 out 2018, 09h29
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  • O candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL), chegou para votar às 08h56 acompanhado do filho Flávio. Ele estava escoltado pela Polícia Federal e também contou com apoio da segurança militar.

    O candidato saiu caminhando do carro e, depois de passar pela urna, o deputado afirmou que recebeu apoio de importantes setores da sociedade, como empresários, ruralistas, lideranças evangélicas, e “pessoas do bem”. “Não queremos o modelo da Venezuela, precisamos nos afastar do socialismo”, afirmou.

    O deputado disse também que pretende ir a debates “se houver segundo turno”, enfatizou. Questionado se vê chance de vencer já nesta etapa, o candidato respondeu: “Acaba hoje”. “Dia 28 é praia”, disse em referência à data marcada para a segunda etapa do pleito.

    Bolsonaro votou na Vila Militar. É a maior concentração de efetivos no Brasil. São 51 instalações, que reúnem a maior parte dos cerca de 14.000 oficiais à disposição do Comandante Militar do Leste. Ali, na última eleição, o capitão reformado obteve 144 votos na Escola Municipal Rosa de Fonseca. Na época, candidato a deputado federal, ficou com 58% dos votos da seção. Ao todo, 300 pessoa votaram.

    Na saída da seção, Bolsonaro foi ovacionado por eleitores que gritavam: “Mito, muda esse país”.

    O candidato retornou a sua casa por volta das 9h40 e passou direito pela portaria, escoltado pelos veículos da PF.

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    Na porta do condomínio onde mora, na Barra da Tijuca, eleitores com bandeiras do Brasil e camisetas estampadas com o rosto do deputado se aglomeram desde cedo. Agentes da PF, junto com a equipe de segurança do condomínio, colocaram grades de metal para isolar a entrada do local.

    Candidato

    Filiado ao nanico PSL, duramente criticado pelas posições conservadoras que defende e com uma inexpressiva carreira no Congresso — apesar de longos 27 anos –, Jair Bolsonaro chega às vésperas do primeiro turno como o favorito ao cargo de presidente da República. O motivo disso não reside em seu currículo, mas na principal bandeira que empunha: o antipetismo.

    Ao vestir o figurino de antípoda de Luiz Inácio Lula da Silva, conseguiu se manter durante a corrida presidencial como o segundo colocado, até a saída do petista, barrado pela Lei da Ficha Limpa em 1º de setembro por ter sido condenado em segunda instância por corrupção passiva e lavagem de dinheiro pela Operação Lava Jato.

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    Com a saída de Lula do páreo, Bolsonaro foi alçado à dianteira das pesquisas e, no momento em que virou o alvo principal dos adversários na propaganda eleitoral no rádio e na TV, sofreu uma facada durante um ato em Juiz de Fora (MG) que mudou radicalmente a dinâmica da campanha.

    Com pífios oito segundos no programa eleitoral da TV, passou a ter uma cobertura maciça da mídia durante três semanas e foi beneficiado por uma trégua nos ataques pelos rivais. Hoje, supera os 40% dos votos válidos e causa apreensão nos adversários pela possibilidade, embora remota, de vencer a disputa ainda no primeiro turno.

    Enquanto se recuperava, os principais percalços pelos quais sua campanha passou vieram de pessoas próximas. O candidato a vice, general da reserva Hamilton Mourão, fez críticas ao décimo-terceiro salário, fez comentários depreciativos sobre índios e negros e defendeu uma nova Constituição feita por “notáveis”, sem a participação do povo.

    Seu potencial superministro da Fazenda, Paulo Guedes, não atrapalhou menos ao defender uma proposta de recriar um tributo nos moldes da malfadada CPMF.

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    Quando ainda estava no hospital, Bolsonaro comandou uma operação para rebater as polêmicas e impôs uma “lei do silêncio” aos seus auxiliares. Nem mesmo os expressivos protestos encabeçados principalmente por mulheres por todo o país, que ganharam o nome de #EleNão, impediram seu crescimento nas pesquisas. Expor declarações do candidato consideradas machistas, racistas e homofóbicas não o encolheram eleitoralmente.

    Aos 63 anos, Jair Messias Bolsonaro se apresenta como o candidato anti-establishment num cenário político devastado pela Lava Jato. Como Fernando Collor em 1989, aparece como um outsider, mesmo tendo exercido sete mandatos de deputado e passado por oito partidos.

    É pelas redes sociais que ele consegue mobilizar seus eleitores. No mundo real da política, atraiu o apoio da bancada ruralista, que reúne 261 deputados federais e senadores, e de Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus e dono da TV Record.

    Até o início da campanha, era tratado, de maneira geral, com desdém por políticos de partidos tradicionais — acreditando se tratar de uma bolha que estouraria nas eleições. Eles se equivocaram. Agora, já tem atraído o apoio de representantes de outros partidos, como PSDB, MDB e Novo

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    Segundo as últimas pesquisas divulgadas neste sábado (6), o duelo entre antipetismo e petismo deve ir adiante. Ele e Fernando Haddad (PT) estão em empate técnico no segundo turno: no Ibope, o capitão do Exército tem 45% contra 41% do petista, enquanto que no Datafolha o placar fica em 43% a 41%, também em favor de Bolsonaro. A margem de erro dos dois levantamentos é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, o que indica que estão empatados.

    Em termos de rejeição, os dois também travam um duelo equilibrado e lideram a disputa no quesito. No Datafolha, Bolsonaro é rejeitado por 44% dos eleitores, enquanto 41% fazem o mesmo com Haddad. Já no Datafolha, o cenário é um pouco melhor para o petista: ele é descartado por 36% do eleitorado, enquanto seu rival ostenta uma taxa de 41%.

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