Em um vídeo que circula pelas redes sociais e está sendo criticado por tucanos, um militante da campanha do presidenciável Jair Bolsonaro pede voto para o candidato do PSL ao lado do ex-prefeito João Doria, que disputa o governo de São Paulo pelo PSDB (assista abaixo).
“Somos Bolsonaro, mas no estado somos Doria. Galera do Bolsonaro, vamos apoiar Doria no estado de São Paulo”, disse o rapaz, que se apresenta como Max, enquanto caminha ao lado de Doria. O tucano apenas sorri e faz o sinal de sua campanhas com os dedos, sem dizer que o candidato de seu partido à Presidência é o ex-governador paulista Geraldo Alckmin, com quem chegou a rivalizar pela indicação do PSDB à eleição presidencial.
Gravado em Franca (SP), o vídeo causou desconforto tanto entre aliados do ex-prefeito quanto de Alckmin.
Embora tenha governado São Paulo em quatro mandatos, o presidenciável aparece atrás de Jair Bolsonaro nas pesquisas de intenção de voto no estado, em uma combinação que vem sendo chamada de “Bolsodoria”, ou seja, voto em Bolsonaro para presidente e em Doria para governador. O ex-prefeito paulistano está empatado com Paulo Skaf (MDB) na liderança das pesquisas de intenção de voto ao Palácio dos Bandeirantes.
Procurada, a assessoria de imprensa de João Doria disse que o encontro com o militante de Jair Bolsonaro foi casual e ele apenas foi educado. Ainda segundo a assessoria, dezenas de pessoas se aproximam dele nas agendas todos os dias com os celulares para gravar vídeos e tirar fotos.
Em uma tentativa de conter o movimento “Bolsodoria”, o diretório estadual do PSDB abriu um “processo ético sumário” de expulsão contra dois militantes da sigla que estão fazendo campanha aberta para o candidato do PSL.
Um deles é Caíque Mafra Barbosa, criador do grupo de Facebook “Sou tucano, voto Bolsonaro”. O outro é Flávio Beal, que atua na campanha de Doria mas, segundo a assessoria do ex-prefeito, não tem cargo formal. Eles têm cinco dias para apresentar defesa.
Em sua estratégia de campanha, o discurso de João Doria tem se aproximado cada vez mais do capitão reformado. Em uma entrevista nesta terça-feira, 2, o tucano prometeu que, se for eleito, a polícia vai “atirar para matar” a partir de janeiro.
(com Estadão Conteúdo)