Três dias após defender a liberação do porte de arma para toda a população, em Belém, o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) postou um vídeo em rede social no qual torce para que uma pistola modelo .50AE, uma das mais poderosas do mundo, seja comercializada no Brasil e passe a ser usada pelas polícias do país. Hoje, a Polícia Militar de São Paulo, por exemplo, usa uma pistola 0.40.
A ideia, diz, é evitar que policiais sejam denunciados e punidos por excesso de força em uma ação, que pode ser caracterizada quando são disparados vários tiros contra um suspeito.
“Para nós evitarmos o policial civil, militar, um PRF [policial rodoviário federal], ao abater um inimigo, que estava atirando nele, ser condenado por excesso por ter dado mais de dois tiros. Quem sabe no futuro a gente possa botar essa arma para ser usada no Brasil? Dei um tiro só. Um saco de cimento no peito do bandido”, afirma o parlamentar, em um cabine de tiros, nos Estados Unidos.
Pré-candidato à Presidência da República na eleição de 2018, o parlamentar esteve no Pará por ocasião das celebrações do Círio de Nazaré. “Vamos flexibilizar muito o porte de arma no Brasil. Comigo não vai existir o politicamente correto. Vocês terão armas de fogo”, disse ele, na quinta-feira passada, 5.
Em seu discurso, Bolsonaro voltou a exaltar as Forças Armadas. Disse que os militares, em um eventual governo dele, “voltarão ao poder pelo voto”. Ele ainda pediu uma “salva de palmas” ao general Antonio Mourão, que recentemente causou polêmica ao defender em público a intervenção militar no país.