Em convenção nesta quinta-feira (8), em Brasília, o DEM lançou o deputado federal Rodrigo Maia (RJ), presidente da Câmara, como candidato do partido na corrida ao Palácio do Planalto nas eleições de 2018. A cerimônia também marcou uma espécie de “refundação” da legenda, que divulgou um manifesto em que se define como de “centro democrático” — uma tentativa de se afastar da imagem de direita, que acompanha o partido desde que se chamava PFL.
Maia já vinha se movimentando para se colocar como o candidato e tanto ele quanto seu partido vinham desenhando uma migração no espectro político. O partido não lançava um candidato desde as eleições de 1989, quando lançou Aureliano Chaves como presidenciável.
Ao chegar à convenção Maia fez um discurso de candidato. “O Brasil gasta muito com burocracia, gasta muito com incentivos e desonerações que não atendem ao cidadão. Se esse gasto for menor, a gente vai ter dinheiro para investir em infraestrutura, que é fundamental para que as empresas possam entrar no Brasil para gerar emprego”, disse Maia.
Na próxima semana, Maia começa a agenda de viagens por Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A ideia é usar as filiações de novos deputados ao DEM para se apresentar ao eleitorado neste primeiro momento. Visitas ao Maranhão e ao Piauí também estão previstas para este mês.
Novo logo, nova direção
Na convenção, que exibia um banner em frente à mesa dos dirigentes partidários onde se lia “o mundo mudou, o Democratas também”, também foi aprovada a mudança do logotipo da legenda, feito com linhas da cor azul e verde. A imagem substituirá o antigo logotipo: uma árvore com folhas, que era marca do partido desde 2007, quando mudou de nome de PFL para DEM.
“Houve, sem dúvida, nos últimos anos, uma mudança geracional no Democratas, que veio fazendo com que o partido refinasse suas ideias. O mundo muda muito rápido, e é natural que partidos possam também mudar. O partido deve modernizar sua compreensão sobre o País, sobre a sociedade, sobre a política”, justificou o prefeito de Salvador ACM Neto, eleito presidente da legenda nesta quinta.
ACM Neto substituirá o senador Agripino Maia (RN), que comandava a sigla desde março de 2011. A mudança se deu após Agripino virar réu em dezembro por suspeita de corrupção na construção do estádio-sede da Copa de 2014 em Natal.
A primeira medida de ACM Neto como presidente será destituir os presidentes das comissões provisórias estaduais e municipais do partido. Novos dirigentes serão escolhidos nas próximas semanas. A medida visa acomodar a chegada de novos filiados à legenda.
Presidentes e representantes de outros partidos compareceram à convenção, como os presidentes do MDB, senador Romero Jucá (RR), do Solidariedade, deputado Paulinho da Força (SP), do PP, senador Ciro Nogueira (PI), do PSC, Pastor Everaldo, além de parlamentares do PSDB, PPS e do MDB. Jucá, que é líder do governo no Senado, disse considerar o lançamento da pré-candidatura de Maia uma “contribuição importante”.
(com Reuters e Estadão Conteúdo)