Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

Em defesa de Bolsonaro, Moro renova ‘tolerância’ para caixa dois

Ministro da Justiça mudou de opinião sobre a prática; à época em que atuava como juiz da Lava Jato, era crítico feroz do ato ilícito em campanhas eleitorais

Por Giovanna Romano Atualizado em 30 jul 2020, 19h37 - Publicado em 8 out 2019, 13h46
  • Seguir materia Seguindo materia
  • O ministro da Justiça, Sergio Moro, renovou a sua “tolerância” ao crime de caixa dois ao sair em defesa do presidente Jair Bolsonaro. Reportagem publicada pelo jornal Folha de S. Paulo no domingo 6 informou que o depoimento de um assessor do ministro Marcelo Álvaro Antônio (Turismo) e uma planilha apreendida pela Polícia Federal sugerem que parte da verba do esquema de supostas candidaturas laranjas do PSL em Minas Gerais foi desviado, via caixa dois, para financiar a campanha presidencial em 2018.

    Em resposta à reportagem, Moro afirmou pelo Twitter que “Bolsonaro fez a campanha mais barata da história” e que “nem o delegado, nem o Ministério Público, que atuam com independência, viram algo contra”. Moro já havia defendido outros integrantes do governo acusados do mesmo crime. Em dezembro de 2018, o ex-juiz da Operação Lava Jato disse que o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM), gozava de sua “confiança pessoal” — pouco depois de ter sido acusado de utilizar recursos não declarados em sua campanha à deputado federal.

    O envio ao Congresso do chamado pacote anticrime” não incluiu a criminalização do chamado caixa dois – o governo apresentou dois projetos separados. Ao justificar a atitude, o ministro afirmou que considera fraudes eleitorais e corrupção coisas diferentes. Contudo, quando Moro ainda não era integrante do governo Bolsonaro, o então juiz federal era um crítico feroz do crime de caixa dois. Durante participação na Brazil Conference em abril de 2017, na Universidade de Harvad, nos EUA, Moro definiu o ato como um “crime contra a democracia” e disse que a prática poderia ser mais prejudicial à sociedade do que “colocar o dinheiro na Suíça”.

    Houve reclamações por parte de agentes políticos de que o caixa dois é um crime grave, mas não tem a mesma gravidade de corrupção, crime organizado e crimes violentos. Então, nós acabamos optando por colocar a criminalização num projeto à parte, mas que está sendo encaminhado neste momento. Foi o governo ouvindo as reclamações razoáveis dos parlamentares quanto a esse ponto e simplesmente adotando uma estratégia diferente. Mas os projetos serão apresentados ao mesmo tempo.

    Em entrevista sobre o pacote anticrime, em fevereiro deste ano

    Um ano antes, em 2016, durante a discussão no Congresso Nacional sobra a iniciativa que ficou conhecida como as Dez Medidas Contra a Corrupção, Moro classificou a criminalização do caixa dois como parte essencial do projeto. Paralelamente, começou a tramitar um projeto que anistiaria o ato. Naquela altura, o juiz distribuiu uma nota em que dizia que essa proposta poderia impactar o sucesso da Lava Jato e até a integridade da democracia brasileira.

    Continua após a publicidade

    Na época, Moro definia o caixa dois como uma forma de “trapaça” e já defendia a sua criminalização diante do entendimento de que essa é uma “carência” da lei brasileira. “O caixa dois muitas vezes é visto como um ilícito menor, mas é trapaça em uma eleição. Não existe justificativa ética para essa conduta”, afirmou o então juiz em audiência pública na Câmara dos Deputados.

     

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.