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Doria age para isolar adversários no PSDB e evitar prévias

Primeiro movimento foi tentar exigir dois anos de filiação para pré-candidatos, o que foi rejeitado; grupo de tucanos tenta deixar escolha para maio

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 1 mar 2018, 11h13 - Publicado em 1 mar 2018, 11h13
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  • Aliados do prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), tentam isolar o ex-senador José Aníbal e o sociólogo Luiz Felipe d’Ávila no PSDB para impedir que o partido realize prévias com objetivo de definir o candidato tucano ao governo paulista. A proposta de lançar o nome de Doria sem submetê-lo a disputa interna será apresentada na próxima segunda-feira em uma reunião da executiva da legenda na capital.

    O primeiro movimento dos correligionários do prefeito foi tentar “espelhar” em São Paulo uma resolução do diretório nacional que exige no mínimo dois anos de filiação para os pré-candidatos. Isso tiraria d’Ávila das prévias, já que ele assinou sua ficha há seis meses.

    Como a cúpula tucana rejeitou a proposta, Doria teria tentado pessoalmente convencer o sociólogo a apoiá-lo. “Tivemos uma conversa e ele me pediu para juntarmos esforços”, disse d’Ávila, que rejeitou a aproximação. Procurada, a assessoria do prefeito não quis comentar a declaração. Outro pré-candidato, o secretário de Desenvolvimento Social Floriano Pesaro, afirmou  que abre mão da disputa se o prefeito colocar seu nome.

    Em outra frente, o deputado estadual Roberto Massafera, líder do PSDB na Assembleia Legislativa, divulgou na última terça-feira (27) uma carta “oficializando” o apoio a Doria e pedindo para que os demais postulantes ao cargo desistam da disputa em “prol da unidade partidária”. O documento causou mal-estar na legenda, já que foi assinado por apenas sete dos 22 parlamentares da bancada. O gesto foi considerado uma “trapalhada” no entorno do prefeito.

    Em resposta à ofensiva de Doria, Aníbal e seus aliados defenderão na reunião do PSDB na segunda-feira (5) que as prévias ocorram em maio, e não em março como quer o prefeito. O ex-senador, que é presidente do Instituto Teotônio Vilela, centro de estudos e formação política do PSDB, quer que sejam feitos pelo menos dez debates entre os pré-candidatos. Já Doria não assume publicamente a pré-candidatura para evitar o desgaste político.

    “Doria está fugindo do debate, das prévias e da Prefeitura”, disse Aníbal à reportagem. “Doria está usando a máquina para fragilizar o partido na capital”, completou. O prefeito não quis comentar a declaração. “Com o novo cenário no PSDB nacional, que não vai mais fazer prévias para escolher o candidato à Presidência, entendo que não faz mais sentido manter as prévias em São Paulo”, rebateu o prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando, aliado de Doria.

    O acirramento da disputa interna preocupa o governador Geraldo Alckmin, que até o momento não se envolveu no processo. Segundo auxiliares, ele teme que sua base chegue dividida no maior colégio do país. Uma votação expressiva no Estado é considerada determinante para compensar a vantagem da esquerda na região nordeste.

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