Último Mês: Veja por apenas 4,00/mês
Continua após publicidade

Crivella: mais um na lista de políticos fluminenses enredados em corrupção

Faltando poucos dias para terminar o mandato, o prefeito teve a prisão preventiva decretada

Por Sofia Cerqueira, Cássio Bruno Atualizado em 4 jun 2024, 13h39 - Publicado em 24 dez 2020, 06h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Pobre Rio de Janeiro, onde os chefes de cargos executivos vão caindo um após o outro, em uma espécie de efeito dominó acionado pela corrupção. Cinco governadores foram presos por esse motivo nos últimos quatro anos — Luiz Fernando Pezão, Anthony Garotinho, Rosinha Garotinho, Moreira Franco e Sérgio Cabral (este, condenado a mais de 300 anos). Agora, o estado termina 2020 com governador e prefeito afastados de seus cargos por suspeita de cometerem o mesmo velho pecado da propina. Wilson Witzel (PSC), que assumiu o Palácio Guanabara em 2019, foi obrigado a passar o cargo para o vice em agosto e aguarda o resultado de investigações. Na terça-feira 22, faltando apenas nove dias para terminar seu mandato, foi a vez de o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) ser pego — ele não só foi removido da prefeitura, como teve a prisão preventiva decretada, com outras oito pessoas. Por decisão da Justiça, cumprirá ordem em casa, com tornozeleira.

    Bispo licenciado da Igreja Universal, Crivella é apontado como chefe de uma intrincada organização criminosa que cobrava ilegalmente dinheiro de empresários e fornecedores em troca de vantagens em licitações e prioridade nos pagamentos de contratos (este, um empurrãozinho e tanto, em se tratando de um município falido). O Ministério Público do Rio calcula que a quadrilha tenha arrecadado pelo menos 50 milhões de reais com a corrupção, com pleno conhecimento e aprovação do prefeito — 24 pontos do relatório comprovam a ligação de Crivella com o “QG da propina”. “(Ele) autorizava a prática de tais crimes e deles se locupletava”, afirma a desembargadora Rosa Macedo Guita, que determinou as prisões.

    A roubalheira teria começado antes mesmo da posse e seu operador principal era o empresário Rafael Alves, homem de confiança do prefeito e irmão do ex-presidente da Riotur Marcelo Alves. Partindo da empresa de turismo do município, os tentáculos do grupo se espalharam por várias secretarias e autarquias. Faz parte da mesma investigação — que abrange corrupção, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro — uma “movimentação anormal” de 6 bilhões de reais nas contas da Igreja Universal.

    Ao tentar se reeleger este ano, sem sucesso, Crivella contou com o apoio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que gravou vídeos e pediu votos para o aliado. Diante da notícia da prisão, o Planalto tratou de pôr distância entre os dois. “É uma questão policial, segue o baile aí, investigação, acabou. Para o governo, não tem impacto nenhum. Não tem nada a ver com a gente”, disse o vice-presidente Hamilton Mourão. Ao chegar à Delegacia Fazendária, para onde foi levado inicialmente, Crivella negou as acusações e afirmou ter sido o prefeito que mais combateu a corrupção no Rio. “Espero que a Justiça seja feita”, declarou. Como seu vice, Fernando Mac Dowell, morreu de infarto há dois anos, o final de mandato na prefeitura será tocado pelo presidente da Câmara dos Vereadores, Jorge Felip­pe (DEM). Eleger alguém e ver um desconhecido ocupar seu lugar está virando rotina no Rio.

    Publicado em VEJA de 30 de dezembro de 2020, edição nº 2719

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Veja e Vote.

    A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

    OFERTA
    VEJA E VOTE

    Digital Veja e Vote
    Digital Veja e Vote

    Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

    1 Mês por 4,00

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

    a partir de 49,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.