O coronel da reserva João Batista Lima Filho, amigo e ex-assessor do presidente Michel Temer (MDB) preso na quinta-feira, 29, na Operação Skala – que investiga irregularidades no Porto de Santos -, não prestou depoimento à Polícia Federal na tarde deste sábado, como estava previsto.
Segundo o advogado Cristiano Benzota, que defende o coronel, o depoimento foi adiado devido a problemas de saúde. “No momento, (Lima) não está em condições de prestar depoimento por recomendações médicas, sem prejuízo de prestar futuros esclarecimentos quando apresentar melhora do seu quadro clínico. A sua situação de saúde tem sido reiteradamente informada para as autoridades.”
Lima chegou à sede da PF na quinta-feira à noite depois de passar mal no momento em que foi preso – ele teve de ser levado ao hospital. O coronel tem 74 anos, já sofreu dois AVCs, um câncer e retirou um rim em dezembro do no passado, além de precisar tomar medicamentos.
Segundo o advogado, Lima preferiu exercer o seu direito de ficar em silêncio e assumiu o compromisso de prestar depoimento em data futura a ser agendada com a PF. Em nota, a defesa afirmou que o coronel “nega qualquer envolvimento em supostas irregularidades que são objeto de investigação”.
A PF tenta ouvir Lima desde junho de 2017 , mas o ex-coronel apresenta atestados de saúde em resposta às intimações. Lima foi convocado depois das delações de executivos da J&F, que o apontaram como um intermediário de Temer no recebimento de propinas. De acordo com Benzota, Lima deve continuar detido na sede da Polícia Federal.