Revisor das ações nos processos da Lava Jato, o gaúcho Leandro Paulsen, de 47 anos, presidente da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), é o segundo a votar no julgamento do recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra decisões do juiz Sergio Moro. Lula foi condenado a nove anos e seis meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Paulsen decide se mantém o entendimento do relator João Pedro Gebran Neto ou se abre divergência. Em outros processos da Operação Lava Jato, Paulsen foi responsável pelas decisões que provocaram as absolvições mais polêmicas em segunda instância.
O desembargador foi autor dos votos que levaram a absolvição do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto – que foi condenado três vezes por Moro – em dois processos. Em ambos os casos, o desembargador gaúcho recusou atestar a culpa de Vaccari apenas “na versão dada pelos réus colaboradores sem qualquer prova de corroboração”, como afirmou durante o julgamento.
O desembargador atribui suas absolvições a fragilidades na coleta de provas pelo Ministério Público (MP). Ao inocentar o ex-tesoureiro, Paulsen se tornou uma esperança para os petistas no tribunal. Mas a euforia durou pouco. No terceiro e último recurso de Vaccari ao TRF4, foi o voto do desembargador que sacramentou a culpa de Vaccari e encaminhou a decisão que mais que dobrou sua pena: de dez para 24 anos.