A deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) admitiu ter errado ao discutir pelas redes sociais com o colega de partido Eduardo Bolsonaro, novo líder do PSL na Câmara. “Confesso que errei. Não devia ter descido nesse nível, mas não tenho sangue de barata. Ele jogou uma isca e eu mordi. Não vai mais acontecer”.
A parlamentar deu a declaração em entrevista ao programa “Roda Viva”, da TV Cultura, na noite desta segunda-feira, 21.
Segundo ela, esse tipo de discussão não vai mais acontecer, mas não deixou de cutucar os filhos do presidente da República: “Acho que é minha responsabilidade como mulher mais votada na Câmara não descer ao nível da molecada”. Hasselmann disse ainda que eles “deveriam ficar mais quietos, mais restritos. Todas as crises que aconteceram entre Executivo e Legislativo teve a participação de um dos meninos”.
Na sexta-feira 18, Eduardo publicou uma montagem, sem legenda, com o resto da deputada em uma nota de três reais, em alusão a algo falso. Também partiu de Eduardo a campanha #DeixeDeSeguirAPepa. A hashtag compara a parlamentar com a personagem de desenho infantil Peppa Pig.
Em resposta, a ex-líder do governo chegou a chamar o filho do presidente Jair Bolsonaro de “menininho nem-nem: nem embaixador, nem líder, nem respeitado”. Nesta segunda-feira, 21, Eduardo Bolsonaro se tornou o líder do PSL na Câmara dos Deputados, substituindo Delegado Waldir (GO).
O atrito entre Joice e Eduardo também tem como pano de fundo a candidatura do PSL para a Prefeitura de São Paulo – o diretório do PSL no estado é presidido pelo Zero Três, como é conhecido. A ex-líder, que manifestou reiteradamente que será candidata, é rejeitada pela ala bolsonarista por sua proximidade com o governador de São Paulo João Doria (PSDB) e com o presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ).
No programa, Joice Hasselmann afirmou que é candidata do PSL à Prefeitura de São Paulo. “Eu sou candidata e ponto. Em São Paulo, já está definido”. Ao ser questionada sobre uma eventual mudança de partido, desconversou: “Acho que não vai ser necessário. Tenho convites, mas prefiro não”. A deputada disse que ainda acredita no projeto da sigla: “Acho que o PSL é um partido que pode se firmar como o grande partido de direita no Brasil. E eu vou ajudar”. E completou: “Não conheço nenhum partido que seja o partido dos santos canonizados do Brasil. Todos os partidos tem problemas”.
Apesar do tom conciliador, Joice Hasselmann fez algumas críticas a Jair Bolsonaro. “Ele precisa entender que não é mais deputado. É o presidente de todos. E eu quero que o nosso presidente se comporte como um estadista”.
Mas reiterou que apoia o atual presidente: “Eu sou aliada das pautas que prometemos na campanha. Se o presidente cumprir as pautas da campanha, de combate à corrupção, das agendas reformistas, eu vou estar do lado”.
Sobre o caso Queiroz, Joice Hasselmann avalia que a apuração dos fatos precisa ocorrer o mais rápido possível. ” A investigação precisa ser muito dura, muito firme e que o rigor da lei seja aplicado se houver culpa”.