O ex-comandante da Força Aérea Brasileira (FAB), brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior, ganhou o noticiário neste ano ao detalhar, em depoimento à Polícia Federal, uma série de iniciativas do ex-presidente Jair Bolsonaro em busca de reverter o resultado das eleições de 2022 e se manter no poder.
Baptista foi chamado a dar esclarecimentos após o ex-ajudante de ordens Mauro Cid relatar que Bolsonaro procurou os comandantes das três forças em busca de apoio para uma ruptura institucional. Ele confirmou as declarações de Cid, afirmou que rejeitou de pronto qualquer ato golpista e acrescentou que a conspirata só não foi em frente porque o Exército não encampou a proposta.
Na última terça-feira, 9, o comandante voltou novamente à cena, dessa vez para celebrar a decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná que, por cinco votos a dois, decidiu não cassar o mandato do senador Sergio Moro (União-PR).
Em uma rede social, Baptista compartilhou uma publicação do ex-juiz da Lava-Jato, na qual Moro chama de decisão de “julgamento impecável”.
“Parabéns, senador Sergio Moro. Os votos do povo paranaense sendo respeitados pelos magistrados do TRE-PR. Sempre haverá esperança e solução das divergências, pela LEI”, escreveu o ex-comandante.
A publicação rendeu alguns comentários, entre elogios e críticas. Em resposta a um seguidor que disse que “o povo brasileiro nutre vergonha por todos vocês”, Baptista Junior ainda subiu o tom, dizendo que ele não tinha “procuração para falar em nome do povo brasileiro, mas tem o direito de falar qualquer besteira, pela liberdade que te é garantida pelas instituições”.
Divergência com Ciro Nogueira
Em março, Baptista Junior também protagonizou um embate com o ex-ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira. O senador levantou dúvidas sobre as declarações dos ex-chefes da Aeronáutica e do Exército, Freire Gomes, que denunciaram o movimento golpista de Bolsonaro. Ciro afirmou que houve prevaricação ao não denunciar o caso antes ou calúnia durante o depoimento.
“A honra está na alma e nos exemplos, não no terno, na farda ou no pijama. Se é este o exemplo de um presidente de partido, pouca esperança resta na política”, rebateu Baptista Junior.