Último Mês: Veja por apenas 4,00/mês
Continua após publicidade

Caso Alcolumbre mostra o quão difícil ainda é punir rachadinhas no Brasil

VEJA revelou que o senador apropriou-se de ao menos 2 milhões de reais pagos durante anos a seis assessoras fantasmas de seu gabinete

Por Bruno Ribeiro Atualizado em 4 jun 2024, 12h32 - Publicado em 24 dez 2021, 08h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • A palavra “rachadinha” já é popular no vocabulário do brasileiro desde os últimos dias de 2018, quando vieram à tona as investigações sobre o esquema de apropriação de parte dos salários de funcionários da Assembleia do Rio por vários deputados, incluindo Flávio Bolsonaro, o filho Zero Um do presidente, hoje senador (PL-RJ). Mas em 2021 o país viu outros nomes graúdos serem associados à prática. Em outubro, VEJA revelou que Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado e ex-presidente da Casa, apropriou-se de ao menos 2 milhões de reais pagos durante anos a seis assessoras fantasmas de seu gabinete. As funcionárias, mulheres pobres da periferia de Brasília, se deixaram contratar em troca de pequenas quantias pagas a elas — cujos comprovantes foram entregues à reportagem. A denúncia motivou pedidos de investigação na Procuradoria-Geral da República e no Tribunal de Contas da União.

    Apesar do enorme desgaste político, Alcolumbre segue trabalhando normalmente, na confiança no histórico desse tipo de investigação. Até hoje, por incrível que pareça, ninguém foi punido. Flávio Bolsonaro é um bom exemplo disso. Após acumular vitórias no Superior Tribunal de Justiça, viu o Supremo Tribunal Federal enterrar de vez o processo contra ele ao decidir que o MP cometeu irregularidades na investigação, incluindo o desrespeito à prerrogativa de foro e o acesso a informações protegidas por sigilo sem autorização judicial. Seu irmão Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) tomou um susto em maio, quando a Justiça autorizou a quebra de seus sigilos bancário e fiscal pela suspeita do mesmo crime na Câmara do Rio. Mas o ano terminou sem avanço na apuração. A dificuldade para punir casos do tipo pode mudar quando o STF analisar uma ação contra o deputado Silas Câmara (Republicanos-­AM) — ele foi denunciado em 2009 pela prática desse crime de 2000 a 2001. O caso seria julgado em novembro, mas foi retirado da pauta pelo presidente Luiz Fux. A expectativa é que a decisão crie um parâmetro para não deixar mais nenhum crime do tipo sem castigo.

    Publicado em VEJA de 29 de dezembro de 2021, edição nº 2770

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Veja e Vote.

    A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

    OFERTA
    VEJA E VOTE

    Digital Veja e Vote
    Digital Veja e Vote

    Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

    1 Mês por 4,00

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

    a partir de 49,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.