Preso desde novembro do ano passado, o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), tem se revelado imbatível em quebrar recordes. Nenhum político brasileiro tornou-se alvo de tantas ações penais (ele cravou dez) na operação Lava-Jato. Até agora também não apareceu ninguém que teve o próprio bolso tão generosamente irrigado pelo propinoduto — os procuradores recuperaram mais de 300 milhões de reais em quinze contas no exterior que, embora em nome de doleiros, são de Cabral. Na última terça 13, ele deu mais um passo em direção ao topo do ranking da vergonha. O juiz Sérgio Moro o condenou a 14 anos e dois meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. “Ainda tem muita coisa para vir por aí”, antecipou a VEJA um procurador envolvido nas investigações no Rio de Janeiro. O desenrolar de novos fios do engenhoso esquema de corrupção fluminense aponta para contratos selados entre o governo e empresas de comunicação e prestadores de serviços nas áreas de saúde e educação.
Com base nas dez denúncias oferecidas pelo Ministério Público Federal, VEJA ouviu advogados criminalistas e procuradores para projetar o futuro penal do ex-governador, que de róseo não tem nada. Se mantida a dosimetria média adotada pelo juiz paranaense nos demais casos, Cabral seria condenado a 140 anos de prisão e só poderia tentar progressão para o regime semiaberto ou até aberto depois de 23 anos de cadeia.
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