O Palácio do Planalto divulgou uma nota na noite desta quarta-feira, 6, em que diz que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) não teve “intenção de criticar o Carnaval de forma genérica” ao compartilhar um vídeo obsceno de uma cena atribuída a um bloco durante a edição deste ano da festa.
“Não houve intenção de criticar o carnaval de forma genérica, mas sim caracterizar uma distorção clara do espírito momesco, que simboliza a descontração, a ironia, a crítica saudável e a criatividade da nossa maior e mais democrática festa popular”, diz o texto.
Segundo o Planalto, Bolsonaro compartilhou o vídeo por conter cenas que o “escandalizaram”. “É um crime, tipificado na legislação brasileira, que violenta os valores familiares e as tradições culturais do Carnaval”, completa a nota.
Nas imagens, compartilhadas na conta oficial do presidente da República na internet, um homem, com as nádegas à mostra, aparece introduzindo o dedo no próprio ânus. Na sequência, ele se agacha para que outro rapaz urine na sua cabeça. Bolsonaro ainda dizia não “se sentir confortável”, mas que “é isto que tem virado muitos blocos de rua no Carnaval brasileiro”.
A postagem ocorreu depois críticas direcionadas ao presidente no Carnaval 2019 – um dos mais políticos dos últimos anos. Em blocos nas ruas de diversas cidades, Bolsonaro foi xingado e fantasias laranjas em referência ao caso Queiroz fizeram sucesso. Na Sapucaí, a escola Paraíso do Tuiuti ironizou falas do político. E em Olinda, o boneco representando o governante foi hostilizado por foliões.
A publicação do presidente violou as regras do Twitter e foi apresentada, cerca de duas horas depois, como “mídia sensível”, requerendo que o usuário aceitasse previamente assistir a uma gravação contendo este tipo de conteúdo. Antes disso, cerca de 40 mil pessoas já haviam visto e comentado o vídeo.
Leia a íntegra da nota
A respeito de publicação realizada na conta pessoal do presidente da República, em 5 de março, convém esclarecer que:
– No vídeo, postado pelo Sr Presidente da República em sua conta pessoal de uma rede social, há cenas que escandalizaram, não só o próprio presidente, bem como grande parte da sociedade.
– É um crime, tipificado na legislação brasileira, que violenta os valores familiares e as tradições culturais do carnaval.
– Não houve intenção de criticar o Carnaval de forma genérica, mas sim caracterizar uma distorção clara do espírito momesco, que simboliza a descontração, a ironia, a crítica saudável e a criatividade da nossa maior e mais democrática festa popular.