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Bolsonaro diz que recebe ‘informações’ de militares, policial e jornalista

Presidente disse que recorre a essas pessoas porque "lamentavelmente" não tem informações de "inteligências oficiais", como Polícia Federal e Forças Armadas

Por Da Redação Atualizado em 22 Maio 2020, 22h41 - Publicado em 22 Maio 2020, 22h16
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  • O presidente Jair Bolsonaro afirmou na noite desta sexta-feira, 22, a jornalistas na portaria do Palácio da Alvorada que recebe “informações pessoais” de diversas pessoas. Entre elas, estaria um jornalista, um policial civil e um capitão do Exército em Manaus.

    “Informação pessoal? É um colega de vocês da imprensa, é um sargento no Batalhão de Operações Especiais no Rio, é um capitão do Exército, é um policial civil em Manaus, é um amigo que eu fiz que gosta de informações, liga pra mim, mantem contato no zap”, disse, ao responder sobre o que seria a rede de informações citada na reunião para a imprensa e apoiadores em frente ao Palácio do Planalto.

    O presidente disse que recorre a essas pessoas porque “lamentavelmente” não tem informações de “inteligências oficiais”, como Polícia Federal e Forças Armadas. “Eu descubro muitas coisas, porque lamentavelmente eu não descubro via inteligências oficiais, que é da PF, Marinha, Aeronáutica e Exército, e da Abin”.

    Ele voltou a dizer que, na gravação, não há provas de que tenha tentado interferir politicamente na PF. “Mais uma farsa caiu. Não existiu um segundo em que possa alguém suspeitar que eu interferi na PF”, disse. “Qual parte do vídeo contém a mínima comprovação que houve interferência minha na Superintendência do Rio? Ou de qualquer outro estado? Ou na diretoria-geral da PF? Zero. Não tem nada. Isso é um tiro n’água, sequer um tiro de festim, um traque”, emendou.

    Ao reclamar de ser vítima de injustiças, Bolsonaro citou a menção ao seu nome no depoimento de um porteiro do condomínio onde tem casa, no Rio, ouvido na investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Na ocasião, o porteiro disse que um dos suspeitos de assassinar a vereadora havia ido à casa dele, mas depois ele informou que havia se confundido.

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    Após mencionar esse caso, Bolsonaro disse que falou para Moro que não queria ser chantageado: “O tempo todo vivendo sob tensão, possibilidade de busca e apreensão na casa de filho meu, onde provas seriam plantadas, levantei isso graças a Deus, tenho amigos policiais civis e policiais militares no Rio de Janeiro, que estava sendo armado para cima de mim. Moro, eu não quero que me blinde, mas você tem a missão de não deixar eu ser chantageado. Nunca tive sucesso para nada, é obrigação dele me defender, não é me defender de corrupção, de dinheiro encontrado no exterior, é defender o presidente para que eu possa ter paz”.

    Em resposta, Sergio Moro afirmou, no Twitter, que não cabe ao ministro da Justiça obstruir investigações dos estados, mesmo que envolvam a família do presidente.

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    Bolsonaro também falou que o vídeo da reunião ministerial de 22 de abril não traz provas de uma suposta interferência sua na Polícia Federal: “Repito, cadê a parte desse vídeo de duas horas onde minimamente tem indícios de que eu teria interferido na Polícia Federal, na superintendência do Rio de Janeiro ou na diretoria-geral da PF? Não tem nada”. A gravação veio a público durante a tarde, após ter o sigilo levantado pelo ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF).

    A reunião ocorrida foi citada pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro durante depoimento prestado à PF, no início do mês, como uma das principais provas da suposta interferência. Dois dias depois, Moro pediu demissão do cargo. Sobre o ex-auxiliar, o presidente negou pressão para qualquer tipo de favorecimento. “Ele aceitou trabalhar comigo, sabia das regras do jogo, nunca foi constrangido”.

    Ainda em frente ao Alvorada, Bolsonaro disse que nem ele nem ministros e auxiliares que estavam na reunião têm responsabilidade pelas declarações dadas, já que a reunião era reservada e só veio a público por causa de uma decisão judicial. “Nenhum ministro meu tem responsabilidade do que foi falado ali, porque foi uma reunião reservada de ministros, não foi uma reunião aberta. A responsabilidade é do ministro Celso de Mello”, disse.

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    Além dos trechos da reunião que interessam ao inquérito, em que o presidente faz referências à falta de informações por parte da PF e de órgãos de inteligência, a gravação também apresenta declarações polêmicas de alguns ministros, como Abraham Wintraub, ministro da Educação, que desferiu ofensas aos ministros do STF.

    Com Agência Brasil

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