O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) disse que a advogada e pastora Damares Alves “está na frente” para chefiar o novo Ministério de Direitos Humanos, Família e Direitos da Mulher. A declaração foi dada neste sábado após o deputado participar de uma formatura de cadetes aspirantes a oficial do Exército, na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), em Resende, sul fluminense.
O nome de Damares ganhou força depois que Bolsonaro rejeitou indicações feitas pela bancada evangélica. Damares é assessora do senador Magno Malta (PR-ES), que esperava um convite para compor o primeiro escalão. Parte da bancada avalia que a sondagem foi uma “afronta” e “ingratidão” a Malta.
O presidente eleito contou que o assunto foi conversado “muito por alto” com ela. “Não foi prometido nada, mas seria no meu entender uma pessoa extremamente qualificada para desempenhar a função”, afirmou.
O presidente eleito disse que Malta é “uma boa pessoa” e que pode se habilitar para a função, mas afirmou que quem está na frente é Damares Alves. “Tenho certeza que o Magno Malta saberá colaborar e muito com o Brasil, independentemente de ser ministro ou não”, ponderou.
Bolsonaro informou também que o nome do engenheiro agrônomo Xico Graziano não está descartado para o Ministério do Meio Ambiente. “Coloquei para ele os problemas que temos e ele é extremamente favorável a atender o que eu propus a ele”, afirmou, citando como exemplo o grande volume, segundo ele, de multas aplicadas pelo Ibama. “O homem do campo não pode ter gente no governo maltratando quem produz”, declarou.
Esportes
Indicado pelo vice-presidente eleito, o também general Hamilton Mourão, Marco Aurélio Costa Vieira pode assumir a área de Esportes, que perderá status de ministério no futuro governo e será incorporada à pasta da Cidadania.
O general Marco Aurélio Costa Vieira é paraquedista, como Bolsonaro, e foi diretor-executivo de Operações da Olimpíada do Rio e diretor executivo do Revezamento da Tocha Olímpica em 2016.
Ele já faz parte da equipe de transição que tem trabalhado no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), em Brasília. Segundo o deputado Osmar Terra (MDB-RS), futuro ministro da Cidadania, ao qual a área será subordinada, Vieira é um nome “respeitável”.
A ligação com as Forças Armadas tem sido um trunfo para candidatos a vagas na futura gestão. Até agora, Bolsonaro já escolheu seis militares e outros dois nomes com formação militar para o primeiro escalão do governo.
Além do vice, que acumulará funções da Casa Civil, o novo governo terá os generais Augusto Heleno, futuro chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI); Carlos Alberto dos Santos Cruz, que irá para a Secretaria de Governo, e Fernando Azevedo e Silva, no Ministério da Defesa. Também farão parte do primeiro escalão o astronauta Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia), que é tenente-coronel da Força Aérea Brasileira (FAB), e o almirante de esquadra Bento Costa Lima Leite de Albuquerque Junior, oficial da Marinha, anunciado ontem para o Ministério de Minas e Energia.
Além deles, dois futuros ministros têm formação militar. Tarcísio Gomes de Freitas, escolhido para a Infraestrutura, é formado pelo Instituto Militar de Engenharia, e Wagner Rosário, que continuará à frente da Controladoria-Geral da União (CGU), é graduado e pós graduado pela Academia Militar das Agulhas Negras e pela Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais do Exército.
Também há militares escolhidos para cargos importantes, mas sem status de ministérios. É o caso do general Maynard Santa Rosa, que vai para a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE). O general Floriano Peixoto Vieira Neto é cotado para assumir a Secretaria de Comunicação Social do governo.
(com Estadão Conteúdo)