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Após ataque a delegado, Marcos do Val volta a ficar na mira da PF

Senador fez ataques a policial que atua em inquéritos contra Jair Bolsonaro e publicou acusações do filho de um investigado

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 21 jul 2024, 11h34
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  • O clima é o pior possível para o senador Marcos do Val (Podemos-ES) dentro da Polícia Federal. Alvo de chacota no Congresso, o parlamentar resolveu partir para cima da corporação ao expor, em suas redes sociais, informações e acusações contra o delegado Fabio Shor, responsável pelos inquéritos que miram o ex-presidente Jair Bolsonaro.

    Ao lado da foto de Shor, Do Val escreveu no início da semana que o policial é “o responsável por prender patriotas inocentes e fazer milhares de crianças chorarem por causa da ausência de seus pais”. O policial é retratado como “capataz do ministro Alexandre de Moraes”. Entre delegados, são comuns avaliações que o caso pode acabar levando o senador para a cadeia.

    “Hoje venho a público denunciar um grave problema que está afetando a integridade da nossa nação e a segurança dos nossos cidadãos. Trata-se do delegado da Polícia Federal, Fábio Alvarez Shor, que tem agido como o capataz do ministro Alexandre de Moraes, cometendo sérias violações contra a Constituição e os direitos humanos dos brasileiros”, disse Marcos do Val. “Este delegado, até então desconhecido, tem se ocultado das redes sociais, mas o Brasil precisa conhecer quem é o executor das ordens ilegais de Alexandre de Moraes. Shor tem invadido residências com mandados de busca e apreensão ilegais, apontando armas na cara de crianças”, completou.

    Dias depois, Do Val dobrou a aposta. Em outra postagem, ele publicou um vídeo em que uma criança relata supostas arbitrariedades de Shor. Em um discurso ensaiado, a criança, filho do blogueiro Oswaldo Eustáquio, apoiador bolsonarista que já foi preso por ordem de Alexandre e é investigado por fake news e participação em atos antidemocráticos, atribui ao delegado o “roubo” do celular da mãe e de “um tablet da Nokia do meu irmãozinho”, além de uma “história de abusos” e “agressão contra a nossa família”.

    Embora Marcos do Val tenha alegado que fazia as acusações calçado, entre outras coisas, na imunidade parlamentar que tem como senador, o Supremo Tribunal Federal (STF) já descartou em sucessivos julgamentos o caráter absoluto do benefício, afastando, por exemplo, a blindagem de congressistas que ataquem a honra de terceiros.

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    Senador revelou plano de Bolsonaro para gravar Alexandre de Moraes

    Em fevereiro do ano passado, Marcos do Val revelou a VEJA ter sido chamado a participar de um plano discutido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e pelo então deputado Daniel Silveira (PL-RJ) e que consistia em gravar clandestinamente Alexandre de Moraes para captar algo que eventualmente comprometesse o ministro e, com isso, serem criados argumentos para prender o juiz do STF.

    Em um dos diálogos obtidos por VEJA, o senador envia uma mensagem a Alexandre no dia 12 de dezembro, às 20h56, em que pedia um encontro para relatar ao magistrado os detalhes do plano, informações que ele considerava caracterizarem um “dia emblemático”. Do Val omitiu do ministro, porém, o intuito de comprometê-lo. Com a revelação do caso, o parlamentar foi alvo de buscas e passou a ser investigado por tentativa de abolição do estado democrático.

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