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Alerj se transformou em uma ‘propinolândia’, afirma MPF

Operação deflagrada pela PF cumpriu dez mandados de prisão contra deputados estaduais do Rio

Por Da redação
Atualizado em 8 nov 2018, 15h53 - Publicado em 8 nov 2018, 13h31
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  • O esquema investigado pela Operação Furna da Onça mostrou que a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) se transformou em uma “propinolândia”. A avaliação é de um representante do Ministério Público Federal, que, ao lado da Polícia Federal, detalhou em coletiva de imprensa a operação que cumpriu nesta quinta-feira 22 mandados de prisão – dez deles contra deputados estaduais do Rio.

    Segundo a investigação, os parlamentares recebiam “mensalinhos” que variavam de 20.000 a 900.000 reais para a aprovação de projetos do governo de Sérgio Cabral (MDB), entre 2011 e 2014, além do direito a indicação de cargos em órgãos públicos do Estado.

    “A relação entre esses deputados e o executivo, ao longo dos últimos , foi pautado pela promiscuidade. A Alerj se transformou numa verdadeira propinolândia”, afirmou o procurador regional Carlos Aguiar.

    A ação é a segunda fase da operação Cadeia Velha, deflagrada em novembro de 2017, quando foram presos o presidente da Alerj, Jorge Picciani, e os deputados estaduais Edson Albertassi e Paulo Melo, todos do MDB. Os três são alvos de novos mandados de prisão nesta quinta, mas Albertassi e Melo já estão detidos em Bangu, enquanto Picciani está em prisão domiciliar. Os outros mandados foram cumpridos até a tarde deste dia 8.

    Os outros sete deputados estaduais alvos da operação são: André Corrêa (DEM), Chiquinho da Mangueira (PSC), Coronel Jairo (SD), Luiz Martins (PDT), Marcelo Simão (PP), Marcos Abrahão (Avante) e Marcos Vinícius Neskau (PTB). Também foram expedidos mandados de prisão contra o secretário estadual de Governo, Afonso Monnerat, o presidente do Detran-RJ, Leonardo Jacob, e o ex-presidente do órgão, o deputado federal eleito Vinícius Farah (MDB-RJ).

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    Buscas

    Buscas aconteceram nesta quinta-feira na Alerj e no Palácio da Guanabara, sede do governo fluminense. A procuradora confirmou que o atual governo, de Luiz Fernando Pezão (MDB) não é investigado, apesar de Affonso Henriques Monnerat Alves da Cruz, atual secretário de governo, ter sido preso por ter aparecido na planilha de distribuição de cargos do Detran. “Havia uma fonte de prova que indicava que ele fazia a ligação entre o executivo e deputados estaduais no que dizia respeito a essas indicações de mão de obra terceirizada e cargos públicos fluminenses”, relatou a procuradora.

    A PF relatou que houve 30 transações financeiras no nome de André Corrêa no valor de 2.280.000 reais; duas no nome de Jorge Picciani, no valor de 900.000 reais e que o ex-presidente da Alerj, Paulo de Melo, recebeu o valor de 15,946 milhões de reais, que foi parte incorporado por ele e parte distribuído entre outros deputados. Chiquinho da Mangueira recebeu mais de 3 milhões de reais, relacionados ao carnaval do Rio de Janeiro de 2014.

    O nome da operação faz referência, segundo a PF, a “uma sala ao lado do plenário da Alerj, onde deputados se reúnem para ter conversas reservadas, destinada às combinações secretas que resultam em decisões individuais antes das votações, momento conhecido como a hora da ‘onça beber água’”.

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