A menos de um mês para o início das convenções partidárias, auxiliares do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, pré-candidato à Presidência pelo PSDB, elegeram o DEM como o parceiro prioritário neste momento na costura por apoios para a eleição presidencial.
A expectativa é de que o DEM suba no palanque tucano logo após a Copa do Mundo, o que abriria caminho para adesões de outros partidos do centro, como o Solidariedade e o PRB.
O presidenciável do PSDB vai jantar na quarta-feira, 4, em Brasília, com líderes das três siglas. O encontro, marcado para ocorrer na residência de Marcos Pereira, presidente do PRB, é considerado decisivo por tucanos. Ainda nesta semana, Alckmin deve ter conversas reservadas com os principais caciques do DEM para tratar de alianças estaduais que podem abrir caminho para um acordo nacional.
Superada essa etapa, o DEM vai abrir um debate interno sobre nomes que podem ser indicados como vice na chapa de Alckmin. O PSDB está agindo com cautela para não melindrar os possíveis aliados e, por isso, deixa em aberto o posto de vice.
As declarações do ex-governador Marconi Perillo (PSDB-GO) favoráveis à dobradinha entre Alckmin e Henrique Meirelles (MDB) na eleição não foram combinadas com o ex-governador, mas não lhe desagradaram. A fala de Perillo, que assumiu a coordenação política da pré-campanha, foi vista como gesto necessário ao mercado e, ao mesmo tempo, ao MDB, que voltou ao radar de Alckmin.
Alckmin afirma que tem conversas “bem encaminhadas” com outros quatro partidos. Segundo os cálculos do tucano, as alianças devem garantir, pelo menos, 20% do horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão durante a campanha (o equivalente a 7 minutos de exposição) — entre esses partidos estão PV e PSD. O ex-governador de SP não quis revelar, entretanto, quais as legendas. “Vou deixar para que esses outros quatro partidos se manifestem”.
FHC
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ressaltou nesta terça-feira que Alckmin tem qualidades, mas precisa fazer com que o eleitorado as conheça. “Ele tem que ter a capacidade de fazer com que a população sinta que ele tem essas qualidades. Se não tiver, não adianta”, disse, em Brasília.
Após participar de debate no Encontro Nacional da Indústria promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o ex-presidente foi questionado sobre as chances de Alckmin chegar à Presidência. “Não costumo fazer campanha eleitoral, mas vejo vantagens neste momento”, disse.
O desempenho de Alckmin nas pesquisas eleitorais tem incomodado parte do tucanato. Levantamento CNI/Ibope indica o tucano com 6% das intenções de voto no cenário sem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com apenas 4% no pesquisa com o ex-presidente Lula.