Alvo do ex-presidente Lula (PT) nesta segunda-feira, 12, quando foi “responsabilizado” pelo clima de polarização no país, o deputado Aécio Neves (PSDB-MG) rebateu nesta terça o petista e disse que o atual clima de animosidade no cenário político não tem relação com sua atuação específica como adversário de Dilma Rousseff (PT) na corrida presidencial de 2014, e sim com sucessivos escândalos nos governos do PT e com o cenário de penúria econômica deixado pela ex-presidente.
As críticas de Lula, atual líder nas pesquisas de intenção de votos para as eleições de outubro, decorrem do fato de o tucano ter sido o autor de um recurso que questionou junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o resultado das eleições de 2014 e a vitória de Dilma. A peça judicial gerou a abertura de investigações no TSE contra a chapa formada pela petista e pelo então vice Michel Temer por abuso de poder político e econômico decorrente, entre outras coisas, do escândalo desvendado pela Lava-Jato. Em junho de 2017, no entanto, com a petista já retirada do poder por um processo de impeachment, o TSE arquivou o caso.
“Ao ser confrontado com as razões do impeachment da sua sucessora, Dilma Rousseff, ele diz que a culpa foi da oposição que eu fazia a ela no Senado, e não dos crimes de responsabilidade por ela cometidos, ou dos três anos consecutivos de recessão e desemprego em que mergulhou o país nem tampouco do assalto à Petrobras e aos fundos de pensão patrocinado por seus aliados”, disse Aécio em nota.
“Resolve me atribuir responsabilidade sobre o clima de polarização pelo qual passa o país, como se não tivessem sido ele e o PT os criadores do inesquecível ‘nós contra eles’. (…) Devo me sentir lisonjeado com a força política que me atribui o ex-presidente mas, infelizmente, não a tive para derrotar o PT, a máquina do Governo e a indústria de fake news inaugurada pelo seu partido em 2014, o que certamente teria poupado o Brasil e os brasileiros dos tristes episódios que se seguiram”, completou o tucano.
Em entrevista à CNN, o ex-presidente Lula também partiu para cima do presidente Jair Bolsonaro (PL) e o comparou aos ditadores Hitler e Mussolini, responsáveis pela morte de milhares de civis.